Economia

Empresários de BH temem prejuízo milionário com tarifa de ônibus a R$ 6

Fecomércio-MG e Sindilojas querem diálogo com PBH e CMBH para uma tentativa de reduzir custo da passagem do transporte público
Empresários de BH temem prejuízo milionário com tarifa de ônibus a R$ 6
Comércio avalia que público pode cair com elevação de tarifa | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo Diário do Comércio

Com reajuste acima da inflação, a nova tarifa de R$ 6 do transporte público de Belo Horizonte começou a ser praticada no último domingo (23). Aprovado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em acordo com a gestão municipal e as empresas de transporte coletivo, o novo custo da passagem, porém, tem gerado incômodo e mobilização entre empresários e entidades de classe do comércio da Capital por uma saída para a situação.

Em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o vice-presidente do Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas), Salvador Ohana, afirma que o reajuste reflete como multiplicador negativo na economia e alerta que o prejuízo pode ser milionário ao comércio municipal.

“Se avaliarmos, o impacto negativo é bem mais forte para o empregador. Ele terá que aumentar o pagamento de R$ 1,50 por passagem aos funcionários. Já o funcionário continua a ser descontado em 6% do salário pago. No entanto, o impacto negativo vai gerar um valor incalculável”, aponta Salvador Ohana. “Infelizmente é um aumento expressivo e que gera prejuízo desde os micros empreendedores aos grandes empresários. Todos terão que desembolsar mais para andar em BH”, critica.

Entidades farão ação ao longo do mês de maio

Associado à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), o Sindilojas se propõe a criar um mecanismo para tentar reverter o prejuízo aos comerciantes e empresários. “Pretendemos, o Sindilojas e a Fecomércio-MG conversar, ao longo dos próximos dias, com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e com a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) para tratar desta pauta. Vamos fazer uma ação ao longo do próximo mês junto ao setor”, afirma o vice-presidente da entidade.

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No momento, está sob os cuidados da Câmara Municipal a decisão de um novo modelo de remuneração do sistema de transporte público. O pedido das empresas de ônibus, originalmente, era de que a passagem custasse R$ 6,90, mas o valor foi fixado em R$ 6, provisoriamente, pela justiça mineira. Agora, a CMBH vai definir os próximos passos com relação ao subsídio previsto pela Prefeitura de Belo Horizonte, que previa o Auxílio Tarifa Emergencial como medida de contenção dos custos do transporte.

CDL-BH diz que comércio está cansado de divergências políticas

Lamentando a prática, considerada abusiva, da nova tarifa dos ônibus municipais, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) disparou críticas contra o reajuste. “Quem mais perde é quem mais precisa. São os milhares de trabalhadores submetidos diariamente a um serviço completamente incompatível com o preço que é cobrado”, disse o presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva.

Segundo ele, na economia da capital mineira, o setor de comércio e serviços é responsável por 72% do PIB municipal e gerador de mais de um milhão de empregos. Ele declara que o setor é penalizado com o reajuste. “Hoje, cerca de 70% dos valores arrecadados pelo sistema de transporte na cidade são pagos pelos empregadores, a imensa maioria deles micro e pequenos empresários”, destacou.

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Marcelo também pontuou que para a definição de novos valores de transporte não há previsibilidade para trabalhadores, nem para as empresas, que arcam com a maioria do custo do vale-transporte. “Estamos cansados dessa completa falta de previsibilidade tanto na questão do valor da tarifa quanto na melhoria da qualidade dos serviços prestados. Disputas e divergências políticas não resolvem o problema”, concluiu.

A Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas) foi procurada para saber quais são as ações que pretende adotar para mobilização, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.

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