Concertos da Liberdade recebe pianista uruguaio

A Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais, sob a regência da maestrina Ligia Amadio e com participação especial do pianista uruguaio Enrique Graf, apresentam a série Concertos da Liberdade hoje, ao meio-dia, com trechos do repertório e entrada gratuita sem retirada de ingressos, e amanhã, às 20h30, com entrada a preços acessíveis, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1.537, Centro).
Dessa vez, o programa apresenta obras dos compositores Maurice Ravel, George Gershwin e Vaughan Willians. Todos os três compositores nasceram no final do século XIX e viveram a maior parte de suas vidas no início do século XX, período em que a música passava por um grande processo de transformação. Na França, os impressionistas transportavam conceitos das artes plásticas para a música. Compositores ingleses mesclavam conceitos tradicionais da música europeia com melodias populares.
Já nos Estados Unidos, eclodiu um novo movimento musical que viria a se tornar muito conhecido, o jazz. Após o encontro de Ravel e Gershwin, e em outro momento, de Ravel e Vaughan Willians, a música dos compositores passa a sofrer influências destes encontros, tornando a obra deles cada vez mais rica e intercontinental.
O concerto se inicia com a peça “Concerto em Fá”, para piano e orquestra, que conta com o brilhantismo de Enrique Graf no solo de piano interpretando o a obra de George Gershwin. O “Concerto em Fá” foi composto em 1925, um ano depois da “Rapsódia em Blue”, obra icônica de Gershwin. Ambas foram motivadas por Paul Whiteman, maestro que incentivou Gershwin a investir na composição de sinfonias.
A composição mantém a marca tradicional de linguagem de Gershwin, que dialoga de forma direta com o jazz e blues norte-americanos, em uma orquestração expressiva e até mesmo improvisada, com forte destaque para percussão e tímpanos. A composição convidará o público para um passeio entre o erudito e o popular, em uma das mais importantes obras contemporâneas da música estadunidense.
A apresentação segue com as obras “Pavana para uma princesa morta” e “La Valse”, do francês Maurice Ravel. A primeira foi escrita inicialmente por Ravel como uma obra para piano solo, em 1899, sendo posteriormente orquestrada em 1910. “Pavana” é uma dança lenta para um cortejo, ou uma procissão, mostrando o refinamento na melodia do compositor. Já “La Valse” é obra orquestral concebida como uma homenagem em forma de apoteose à valsa vienense. É classificada por seu autor como um “Poema Coreográfico”, em função de seu desejo de interpretá-la como um balé.
A apresentação se encerra com “Toward the Unkonown Region”, para coro e orquestra, de Vaughan Williams. Essa foi a primeira grande peça coral do compositor inglês, desde o início lida como um grande sucesso. A inspiração também partiu do “Rei do Jazz”, Paul Whiteman, e a música, não menos que o texto, tem uma atemporalidade transcendente que será transmitida ao público por meio do brilhantismo da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico de Minas Gerais.
Enrique Graf nasceu em Montevidéu, sendo sua mãe sua primeira professora. Após ganhar todas as competições nacionais, a OAS e o Peabody Conservatory concederam-lhe uma bolsa integral para estudar com Leon Fleisher. Graf ganhou o Primeiro Prêmio no Concurso Internacional de Piano “William Kapell”, o “National Ensemble Competition” e “East and West International Auditions” em Nova York. Desde então tem se apresentado em recitais, música de câmara e com orquestras no Lincoln Center, Kennedy Center, South Bay Center for the Arts em Los Angeles, o Broward Center for the Arts na Flórida, Krannert Center e Carnegie Hall. Participou dos Festivais de San Miguel de Allende, Chautauqua, Spoleto, Kiev, Maryland, Houston, dentre outros.
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