Economia

Minas é o primeiro estado a atingir a geração de 5 GW

Matriz perde somente para a mineração na atração de investimentos no Estado
Minas é o primeiro estado a atingir a geração de 5 GW
No País, são cerca de 100 GW de potência outorgada em projetos | crédito: Gil Leonardi / Imprensa MG

Minas Gerais é o primeiro estado brasileiro a superar a marca de 5 gigawatts (GW) de geração de energia solar fotovoltaica, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A cada semana, o Estado amplia sua participação na matriz de energia limpa e hoje já é responsável por um terço da geração centralizada (grandes usinas) do País. Recorde também na geração distribuída (pequenos módulos descentralizados), uma vez que 100% dos municípios mineiros possuem alguma unidade de geração solar.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, destaca as políticas públicas do Estado voltadas para o setor. Conforme ele, depois da mineração, a geração de energia solar é o setor que mais atrai investimentos para o Estado.

“Temos as melhores políticas públicas para a geração. A começar pelo mapa de disponibilidade de energia, que facilita a identificação de linhas que podem receber esse tipo de empreendimento, a licença ambiental unifásica, que é extremamente importante para dar mais celeridade aos licenciamentos e o pioneirismo na isenção para usinas até 5 GW”, detalha.

Ainda conforme Passalio, de fundamental importância no contexto da energia solar fotovoltaica, o Projeto Sol de Minas tem alavancado o protagonismo do Estado diante da cadeia produtiva do setor desde a sua implementação, em 2019.

Por meio de diversas frentes de atuação, o projeto já capacitou mais de 70 prefeituras para fomentar e atrair empreendimentos do setor solar. Além de resultados junto aos municípios, a iniciativa simplificou o licenciamento ambiental para empreendimentos de energia solar fotovoltaica em Minas Gerais e renovou incentivos fiscais para a cadeia produtiva do setor, por exemplo.

“Além da força em energia solar, o governo tem desenvolvido boas práticas de sustentabilidade, como é o caso ‘Race to Zero’, compromisso global pactuado pelo governador Romeu Zema (Novo), a fim de zerar emissões líquidas de gases do efeito estufa até 2050. Também há diretrizes que norteiam a Rota de Descarbonização, programa de atração de empreendimentos verdes para o Estado”, detalha.

Minas ainda tem potencial inexplorado 

O coordenador da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) em Minas Gerais, Bruno Catta Preta, ressalta que o pioneirismo do Estado pode ser explicado por alguns fatores, como a disponibilidade de terras, a legislação estadual que incentiva a instalação de usinas de grande porte e o índice solarimétrico. E que a tendência é que esse avanço continue, uma vez que a representatividade dos projetos solares em relação às demais fontes ainda é baixo.

“Em Minas são 9,7 milhões de conexões, ou seja, de usuários, e deste total, apenas 3,2% usam energia solar fotovoltaica. Considerando apenas Belo Horizonte, os usuários somam 1,4 milhão e apenas 0,8% usa a solar. Existe um grande campo de crescimento”, avalia.

Em âmbito nacional o potencial também é expressivo. Conforme Catta Preta, que também é diretor de Relações Institucionais na Genyx Solar Power, são aproximadamente 100 GW de potência total outorgada em projetos de geração centralizada no País. O número considera a soma das usinas em operação, empreendimentos em processo de construção e que aguardam o início das obras.

Em Minas, a maioria deles está localizada no Norte do Estado, mas há outras regiões que se destacam, como o Triângulo e o Sul.

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