Vendas no setor de vestuário ficam estáveis

As vendas no setor de vestuário em Minas Gerais apresentaram estabilidade neste primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os resultados no começo do ano foram bem fracos, mas, após os lançamentos de verão, houve reação e um desempenho muito além das expectativas do segmento. É o que relatou o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Minas Gerais (Sindvest-MG), Rogério Márcio.

Ele ressalta que o momento não é de crescimento, mas, sim, de oscilação e com muita insegurança no mercado. “Desde que a gente saiu da pandemia, eu não uso mais essa palavra (crescendo). O mercado não está crescendo, ele está tentando se recuperar e se estabilizar”, explicou.

Para o presidente do Sindvest-MG, um dos motivos que causou essa queda inicial, não só no setor mas também na economia em geral, foi o clima de insegurança, as eleições de 2022 e a mudança de governo. “Nossa economia está em queda e uma economia em queda desestabiliza todo o mercado”, completou.

Já sobre a reação, ele citou como principal motivador a característica comum do brasileiro de trabalhar muito, se esforçar e confiar em seu próprio trabalho, independentemente do ambiente político e econômico. 

“O brasileiro volta a acreditar no mercado e, mesmo com a economia em declínio, a gente reage e não se acomoda. É muito mais um esforço do trabalhador brasileiro do que qualquer intervenção política e econômica”, destacou.

Custos de produção

Quanto aos custos de produção, Márcio afirma que estão muito elevados, com fortes altas no custo de mão de obra e de insumos, como é o caso dos tecidos. Ele também destaca que o setor não está conseguindo repassar esse aumento do insumo para os preços dos produtos. “A margem de lucro das empresas está cada vez menor”, declarou.

O presidente do sindicato que representa o setor de vestuários em Minas lembrou que a oferta de insumos não voltou ao normal desde a pós-pandemia. Ele também relata uma escassez de produtos que ainda não voltaram para o mercado, além da falta de novos tecidos no setor.

Quanto à geração de empregos, Márcio destaca que o setor está contratando apesar das dificuldades para encontrar mão de obra especializada. Ele ainda destaca que esse tipo de profissional é pouco valorizado no País, devido ao elevado custo Brasil e a concorrência com o mercado chinês.

O presidente do Sindvest-MG garantiu ainda que os pedidos de Dia das Mães já estão sendo entregues às lojas conforme o planejado. Já sobre as expectativas de vendas para esse período, ele explica que a data impacta apenas alguns segmentos específicos do mercado de vestuários, portanto, ele não gera um crescimento nessa indústria em geral.

Expectativas para 2023

De acordo com Márcio, as empresas esperam por um ambiente de maior estabilidade, que permita a elas realizar previsões quanto aos resultados futuros. Ele diz que a insegurança política e econômica é muito grande e impede o planejamento dos empresários. “A nossa maior expectativa, não é nem crescimento, mas sim ter estabilidade para trabalhar”, afirmou.

E finalizou: “O que a gente precisa é de um mercado estável para trabalhar, sem oscilar tanto para altos e baixos”.