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Musical narra histórias de mulheres vencedoras

Musical narra histórias de mulheres vencedoras
Crédito: Roberto Filho / Divulgação.

Belo Horizonte recebe, pela primeira vez, “Elas Brilham – Vozes que Iluminam e Transformam o Mundo – Doc.Musical”. Mais de 90 mil pessoas já assistiram ao musical, que conta as histórias de vozes femininas que venceram preconceitos e ocuparam um lugar de protagonismo na humanidade, fortalecendo todas as mulheres.

A música é a grande protagonista do espetáculo, que apresenta uma cronologia histórica nacional e internacional, que vai do soul de Aretha Franklin ao rock de Rita Lee e Tina Turner, do talento de Elis Regina às composições autorais de Dona Ivone Lara, da voz eterna de Whitney Houston ao pop da Madonna, do feminejo de Marília Mendonça até chegar aos dias atuais com o pop de Anitta, Iza e Beyoncé.

Com canções cantadas ao vivo pelas atrizes Sabrina Korgut, Ivanna Domenyco, Jullie, Débora Pinheiro, Ludillah Anjos, Analu Pimenta, Ester Freitas e Rosa Chayin, o roteiro é costurado por recursos audiovisuais que apresentam dados históricos, recortes de reportagens e gravações de época. 

O espetáculo fica em cartaz na sexta-feira, às 21h; no sábado, às 17h e 21h, e no domingo, às 15h e 19h, no Grande Teatro do Sesc Palladium. Os ingressos estão à venda pela Sympla e na bilheteria do teatro. A classificação é 12 anos.

Com direção de Frederico Rede e roteiro de Marcos Nauer – mesmos criadores de “60! Década de Arromba” e “70? Década do Divino Maravilhoso” -, “Elas Brilham – Vozes que Iluminam e Transformam o Mundo – Doc.Musical” é a experimentação de um novo gênero cênico que une ferramentas de documentário, teatro e música para contar a história de momentos que marcaram o empoderamento feminino.

“O espetáculo não apresenta a biografia de nenhuma artista, porque o olhar está no coletivo. É um espetáculo com muita qualidade técnica, com cenário e figurinos impecáveis, transportando o espectador para cada época. A utilização de material de arquivo como fotos, vídeos e depoimentos reais, somado às cenas, textos e canções cantadas ao vivo pelas atrizes, é um dos recursos adotados para que o público tenha a oportunidade de reviver fatos históricos e descobrir, por exemplo, a verdadeira origem das músicas de sucesso em cada época, como elas surgiram, em que contexto foram criadas e como afetaram a vida do artista e da geração que o acompanhou”, conta o diretor Frederico Reder.

O musical narra as histórias de vozes femininas, por meio dos sucessos das maiores divas do Brasil e do mundo, contando também suas histórias de luta pelo empoderamento feminino e direitos civis, fazendo desse espetáculo um marco de representatividade.

Um dos momentos mais emocionantes da peça são os depoimentos reais das atrizes, mostrando ao público as suas histórias reais de superação por meio da música.

“É um espetáculo que conta a força de mulheres que lutam para conquistar seus objetivos. Elas são cantoras, escritoras, cientistas, atrizes, pintoras, professoras, donas de casa. São vozes que brilham, transformam o mundo e estão representadas pela música neste espetáculo”, sublinha Marcos Nauer.

Nos anos 30 e 40, na Era de Ouro do rádio no Brasil, Ângela Maria, Carmem Miranda e as cantoras do rádio enfrentaram o preconceito por serem artistas quando a profissão não era considerada decente e brilharam.

Vozes modernistas, como a de Bertha Lutz, foram importantes na conquista de direitos básicos como o direito ao voto feminino.

O jazz/soul/blues com Aretha Franklin, Ella Fitzgerald, Nina Simone, Etta James e Sarah Vaughan apresenta os movimentos de mulheres negras na conquista de direitos civis no mundo. Mulheres que deram origem ao rock and roll, Sister Rosetha; Janis Joplin; Wanderlea; Rita Lee; Marina Lima; Cássia Eller, Annie Lenox e Tina Turner desconstroem padrões do papel feminino e enfrentam as mais diversas tentativas de domar, castrar e padronizar o comportamento das mulheres.

No samba, Elza Soares; Dona Ivone Lara; Clementina de Jesus; Alcione; Clara Nunes, Beth Carvalho e Jovelina Pérola Negra resgataram o poder ancestral da força divina das mulheres e dominaram o gênero musical que antes era exclusivo dos homens.

Na MPB, Elis Regina; Gal Costa; Maria Bethânia; Baby do Brasil; Fafá de Belém, Sandra de Sá e muitas outras artistas provam com suas vozes que ser mulher no Brasil já é um ato político. Conquistas como a pílula anticoncepcional, o divórcio e a delegacia da mulher possibilitaram um avanço nos direitos femininos.

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