Empresas familiares negligenciam regras
Elas são a maioria no País. Quase 90% das empresas brasileiras têm perfil familiar, mostram dados do IBGE. Umas resistem, passam por gerações e outras vivem atoladas de problemas. Quais os maiores erros?
“São a mistura de contas pessoais com as da empresa, a falta de regras e funções definidas, a centralização do poder na tomada de decisões e, em alguns casos, a ausência de técnica, pois determinados cargos são ocupados por uma pessoa, apenas pelo fato de ela ser da família e não por sua competência”, diz o consultor de negócios Pedro Cotta.
O consultor explica que as regras e os processos precisam ter mais “poder” que a família e cada um possuir sua função e papel definidos dentro da empresa.
“Com isto, quando houver uma cobrança ou discussão, ela será sobre as regras e as atividades, sendo estritamente profissional e não pessoal.” Ele lembra que uma empresa familiar tem os mesmos desafios das outras, mas acrescidos de questões que podem envolver sentimento, conservadorismo, relações e conflitos pessoais: “É necessário saber separar tudo isso e deixar o profissionalismo e a razão sobressaírem sobre o pessoal.”
Casos os problemas continuem, Pedro Cotta recomenda a busca de ajuda de especialista para a solução de questões técnicas ou de intermediação, com a criação de regras, indicadores e auditorias para que todos prestem contas. Ele acrescenta que, como tudo na vida, uma empresa familiar tem ônus e bônus. Como pontos positivos, cita responsabilidade compartilhada, reações rápidas em situações emergenciais, confiança mútua.
O consultor diz que no ônus estão as questões e os relacionamentos pessoais que podem impactar na gestão, além de a centralização das tomadas de decisões gerar desmotivação de colaboradores que não veem chances de crescerem na companhia.
“As empresas familiares têm que saber usar os pontos positivos a favor e criar uma estrutura de gestão para cada vez mais o negócio ser profissional, perene e sustentável. Independentemente se quem está lá é da família ou não”.
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