Economia

Preços da gasolina e do etanol sobem no País

Derivado de petróleo atingiu um valor médio de R$ 5,75 o litro na semana entre 23 e 30 de abril, aponta a ValeCard
Preços da gasolina e do etanol sobem no País
Crédito: REUTERS/Adriano Machado

São Paulo – O preço médio da gasolina nos postos do Brasil subiu 0,12% entre os dias 23 e 30 de abril ante a semana anterior, mantendo a tendência de alta principalmente pelo aumento do etanol anidro nas usinas produtoras, apontou ontem um levantamento da ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas.

A gasolina, vendida com mistura de 27% de etanol, atingiu preço médio de R$ 5,753 o litro nas bombas, segundo o levantamento, feito com base em transações realizadas em mais de 25 mil estabelecimentos credenciados em todos os Estados do Brasil.

Por outro lado, o etanol anidro acumulou alta de 12,53% nas usinas de São Paulo, principal mercado consumidor e produtor do País, entre os dias 3 e 20 de abril, segundo indicador Cepea/Esalq. Na última semana do mês, porém, houve redução de 3,44%, na primeira queda depois de quatro semanas de preços firmes nas unidades produtoras.

Esse e outros fatores do mercado de petróleo tornam incerto o cenário para os preços dos combustíveis nas próximas semanas, avaliou o head de inovação e portfólio na ValeCard, Brendon Rodrigues.

“De um lado, o etanol anidro interrompeu o movimento de alta na última semana de abril; de outro, poderemos ter novas altas no preço da gasolina se a Petrobras decidir repassar para as distribuidoras o aumento da cotação do petróleo no mercado internacional”, observou, em nota.

No caso do petróleo, a tendência de alta das cotações reflete o anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de que cortará, a partir de maio, sua produção em 1,16 milhão de barris diários, citou o executivo.

Já o preço médio do etanol hidratado, concorrente direto da gasolina nas bombas, subiu 2,81% na última semana de abril ante a anterior, para R$ 4,202 o litro.

O preço do biocombustível pode se reduzir nas próximas semanas, depois de a cotação do hidratado nas usinas de São Paulo terem caído 4,19% na última semana de abril, disse a Valecard.

A queda do preço nas usinas, na última semana de abril, deveu-se ao menor ritmo de negócios com a saída de compradores do mercado spot. “Parte destes agentes esteve atento à previsão de tempo firme nas próximas semanas, o que tende a favorecer a moagem de cana e, consequentemente, a oferta de etanol”, disse o Cepea em análise, citando a chegada da nova safra do centro-sul.

Diesel – O preço médio do litro do diesel S-10, o mais usado no Brasil, apresentou recuo de 0,79% entre os dias 23 e 30 de abril nos postos de combustíveis, em comparação com a semana anterior, a R$ 6,043 o litro, mostrou o levantamento.

A expectativa é de queda mais acentuada para o início de maio, disse Rodrigues, após uma redução nos preços praticados pela Petrobras para o combustível.

A estatal anunciou na sexta-feira passada uma diminuição de 9,9% do preço médio de venda de diesel para as distribuidoras, em linha com o esperado pelo mercado devido ao comportamento do câmbio e do preço internacional, e antes de uma alteração na cobrança do tributo estadual ICMS.

Querosene de aviação está mais barato

São Paulo – A Petrobras cortou na véspera o preço médio do querosene de aviação (QAV) vendido às distribuidoras em 11,5%, no terceiro recuo mensal consecutivo do combustível, informou a companhia em um comunicado à imprensa ontem. Com isso, a queda acumulada do combustível neste ano soma 25,6%, pontuou a companhia.

Na nota, a empresa reiterou que os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmulas contratuais negociadas com as distribuidoras, “conforme prática que remonta aos últimos 20 anos”.

“Os preços de venda de QAV da Petrobras buscam equilíbrio com o mercado e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo, com reajustes aplicados em base mensal, mitigando a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio”, adicionou a Petrobras.

O corte foi considerado positivo pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). No entanto, a presidente da entidade, Jurema Monteiro, ponderou à Reuters que os preços estão atualmente 124% superiores aos valores praticados em abril de 2020, início da pandemia de Covid-19.

“É o terceiro mês de queda consecutiva, o que é indiscutivelmente positivo para o setor, mas o preço do combustível segue sendo um dos maiores desafios da nossa aviação, que segue fortemente impactada pelas cotações deste insumo e do dólar”, disse Monteiro.

De acordo com a presidente, o QAV responde por cerca de 40% dos custos de uma companhia aérea, que por sua vez tem uma parcela de quase 60% dolarizada.  (Reuters)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas