Venda de veículos novos sobe 20,4% no 1º quadrimestre

A venda de veículos novos em Minas Gerais cresceu 20,4% no primeiro quadrimestre deste ano sobre o mesmo período do ano passado. Ao todo, o Estado negociou 186.325 unidades neste intervalo de tempo em 2023, contra 154.782 unidades em 2022.
Belo Horizonte seguiu o cenário e teve crescimento parecido na mesma base de comparação, de 20,2%. A Capital comercializou 116.399 unidades no acumulado dos primeiros quatro meses deste ano, ante 96.856 unidades no ano anterior. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e foram divulgados ontem (3).
Entre os segmentos, automóveis e comerciais leves se destacaram em Minas. Juntos, registraram avanço de 18% ao emplacarem 135.705 unidades no quadrimestre. As demais categorias: ônibus, moto, implemento rodoviário e outros, apresentaram aumentos. A exceção foram os caminhões, com queda de 7,8% ao negociarem somente 4.663 unidades no período.
Em Belo Horizonte, automóveis e comerciais leves também foram destaque. Agrupados, os segmentos tiveram alta de 19,1% ao comercializarem 105.662 unidades no acumulado de janeiro a abril de 2023. Assim como no Estado, todas as outras categorias alcançaram evolução, com exceção dos caminhões, com recuo de 28,2% ao venderem apenas 1.395 unidades.
Preços e juros altos impactam, e volta do carro popular em negociação
Apesar dos resultados, o diretor-executivo da Fenabrave em Minas, Carlos Barreto, ressalta que os números ainda estão aquém de 2019 (pré-pandemia), base de referência utilizada pelo setor.
De acordo com dados da entidade, no acumulado do mesmo período em 2019, o Estado emplacou 221.248 unidades. O volume foi 11,8% superior ao deste ano. Da mesma forma, a Capital registrou a comercialização de 140.608 unidades, montante 17,2% maior.
Segundo Barreto, a retração do mercado de venda de veículos novos tem relação com o elevado valor do chamado “zero quilômetro” e com a alta taxa básica de juros (Selic, atualmente em 13,75%). Ele denomina a junção dos dois fatores de “tempestade perfeita”.
“O aumento dos preços dos veículos está dificultando o acesso do consumidor. Inclusive, está em negociação com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) a volta do carro popular, abaixo de R$ 50 mil. Hoje não temos carros com este valor no Brasil. O mais barato custa cerca de R$ 70 mil. E os juros muito altos também estão afastando o consumidor, fazendo com que ele não tenha acesso ao crédito”, avalia.
Conforme o diretor, a tendência para os próximos meses é de continuação do cenário a menos que algo seja feito, de fato, como o retorno do carro popular. Ele salienta, porém, que durante as tratativas algumas montadoras deram o sinal verde e outras demonstraram não querer implementar a medida.
“Hoje, para você ter um carro popular, é preciso tirar alguns componentes como ar condicionado, trava elétrica e controle de tração. Então muitas montadoras não querem voltar atrás nos produtos e isso está dificultando. O governo também teria que abrir mão de impostos, mas atualmente está averso a diminuí-los, pois está querendo aumentar a arrecadação. Mas tudo está sendo negociado”, ressalta.
Números de abril
Ainda segundo dados da Fenabrave, em abril, a venda de veículos novos em Minas teve queda de 18,5% em relação a março e alta de 12,8% frente ao mesmo intervalo de tempo em 2022. Ao todo, o Estado negociou 30.363 no período. Já Belo Horizonte registrou recuo de 17,7% e avanço de 14,5%, respectivamente. Ao longo do mês, a Capital comercializou 25.729 unidades.
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