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Livro aborda equívocos da educação infantil

Autora “denuncia” patologização
Livro aborda equívocos da educação infantil
Cecília Antipoff: adultos têm que olhar para as próprias expectativas e qual filho real elas têm | Crédito: Arquivo Pessoal

Os 21 anos de experiência como psicóloga infantil e familiar e a própria vivência com o filho caçula levaram Cecília Antipoff a escrever o livro “Criança do Movimento: por menos diagnóstico e medicamento”.

No lançamento, que acontece amanhã (6), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade (região Centro-Sul), a autora vai conversar com os convidados sobre a “patologização” da infância atual.

A obra mostra de maneira clara como o movimento das crianças é encarado pelos adultos como algo negativo e a ser domado, levando, muitas vezes, a diagnósticos errados e uso de medicação inadequada.

“Desde o início da minha carreira, e cada vez mais, recebo crianças que chegam ao consultório por uma queixa dos adultos. Isso me incomodava muito porque elas chegam pré-diagnosticadas e com rótulos terríveis. Eu via que o problema não estava com elas, mas na expectativa dos adultos. Há quase cinco anos nasceu o Ian, meu filho, que é uma criança assim. Eu comecei a compartilhar com as pessoas a ‘minha criança do movimento’ com o objetivo de tirá-la desse lugar de ‘criança terrível’. As mães começaram a se identificar”, relembra Cecília Antipoff.

A chamada “criança do movimento” é a que tem uma necessidade corporal maior que as outras. O livro pretende abrir espaço e tempo para a criança ser o que ela é. Ele traz ferramentas para serem usadas no cotidiano por pais e outras pessoas que convivem rotineiramente com os pequenos. Oferece, também, um mapeamento do contexto de vida da criança, apontando onde os pais podem ajudar os filhos antes de recorrer à medicina.

“É uma trajetória para ajudar as famílias de um ponto de vista prático. Movimento é potência, vitalidade, sede de vida. É difícil ser criança hoje. Se ela se movimenta, é hiperativa, se ela é quieta, é autista. Para cada característica, uma patologia. A gente precisa pensar mais sobre isso. O livro é um convite aos pais dessas crianças que são ‘agitadas demais’. Os adultos têm que olhar para as próprias expectativas e qual filho real elas têm”, afirma a escritora.

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