Tarifa de ônibus é vilã do IPCA na Capital

O custo de vida em Belo Horizonte apresentou nova alta em abril. De acordo com os dados da Fundação Ipead, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 0,27% na comparação com março. Apesar do aumento do custo de vida, o índice desacelerou, já que em março a inflação havia subido 1,24%.
Em abril, as maiores contribuições vieram do reajuste do valor das passagens de ônibus urbano, que subiu 8,11%, e da energia elétrica, 2,62%. Já a gasolina ficou 1,89% mais barata no mês.
Com o resultado mensal, na Capital, a inflação acumula uma variação positiva de 4,06% nos primeiros quatro meses do ano e de 5,87% nos últimos 12 meses.
Para os próximos meses, a tendência é de novos avanços no IPCA, que irá refletir o aumento das passagens de ônibus e também o reajuste dos planos de saúde que, normalmente, ocorre em julho.
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O economista da Ipead, Diogo Santos, explica que apesar da variação positiva do custo de vida em abril, houve uma desaceleração considerável na inflação de Belo Horizonte na comparação com março.
“A inflação apresentou desaceleração frente ao mês anterior, saindo de um crescimento de 1,24% em março para uma alta de 0,27% em abril. Mas, a tendência é de novas altas nos próximos meses. Em maio, o IPCA ainda vai refletir o reajuste nas passagens dos ônibus. Teremos, em junho, o reajuste dos planos de saúde. Com isso, certamente teremos impacto positivo no crescimento da inflação”.
Segundo os dados, dentre os 11 grupos que compõem o IPCA, o maior crescimento em abril foi de 2,43% em Vestuário e complementos. Em Produtos administrados a alta foi de 0,87%.
Já as maiores quedas ocorreram em Alimentos in natura (3,49%), Artigos de residência (2,8%) e Alimentos elaboração primária com queda de 1,51%.
Dentre os produtos, contribuíram para o aumento da inflação as altas de 8,11% nos preços das passagens de ônibus, de 2,62% na energia elétrica, de 3,90% no pão francês e de 2,31% em lanche.
Ajudaram a segurar o aumento do custo de vida o computador completo, cujo preço retraiu 18,23% em abril, a gasolina comum, com retração de 1,89%, móveis para sala, 4,96%, e excursões, 1,53%. A queda de 1,89% no preço médio da gasolina é a primeira redução desde dezembro de 2022.
“Sem dúvida a variável que mais impactou no mês foi o reajuste das passagens de ônibus e a energia elétrica, já que a Cemig mudou a base de cálculo das tarifas, o que gerou um aumento cheio de 11%, na segunda semana de abril. Mas, por outro lado, tivemos impactos importantes que seguraram a alta do IPCA. O setor de alimentação ficou estável e houve redução dos custos com habitação, que ficou negativa em 0,63%”.
Cesta básica
Por mais um mês, o custo da cesta básica, em Belo Horizonte, apresentou queda. Em abril, a redução foi de 1,21%, com a cesta custando R$ 689,21. Essa foi a terceira queda mensal consecutiva e o menor valor desde outubro de 2022.
De acordo com os dados do Ipead, os principais responsáveis pela queda do custo da cesta básica foram o tomate, com retração de 5,55%, seguido pelo chã de dentro, com valor 1,40% menor, e o feijão carioquinha, que ficou 4,96% mais barato.
No período, o óleo de soja foi o item que apresentou a maior queda no preço médio, de 7,19%.
“Em abril, o custo da cesta básica apresentou a terceira queda consecutiva. Estamos percebendo que, desde o início de 2022, os preços estão oscilando em torno de R$ 700. Há uma tendência de redução ainda que gradual”, explicou o economista do Ipead, Diogo Santos.
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