Finanças

Crediminas registra queda de 50% nas operações de crédito

Por outro lado, as expectativas para este ano continuam positivas
Crediminas registra queda de 50% nas operações de crédito
Segundo Noronha, a Selic elevada afeta a demanda por crédito neste ano | Crédito: Divulgação/Crediminas

A taxa de juros elevada e o aumento da inadimplência impactaram nas operações de créditos do Sicoob Sistema Crediminas nos primeiros três meses do ano. No período, foi registrada queda de 50% em novas operações de crédito, que movimentaram R$ 500 milhões. Apesar do resultado menor, a tendência é encerrar o ano com crescimento próximo a 20%, atingindo o patamar de R$ 25,5 bilhões na carteira de crédito.

De acordo com o presidente da Crediminas, João Batista Bartoli de Noronha, a redução vista no primeiro trimestre é resultado da conjuntura econômica.

“De forma geral, temos visto o mercado se comportando com redução na concessão de crédito e isso tem sido percebido em todo o Sistema Financeiro Nacional. Alguns fatores que diminuem o apetite por crédito são o aumento da Selic e também o crescimento da inadimplência. Esses fatores impactaram mas, ainda assim, mesmo em menor proporção, mantivemos nossa trajetória de crescimento”.

Ao longo do primeiro trimestre, foram registrados resultados positivos nos depósitos, que somaram R$ 1 bilhão ante os R$ 232 milhões registrados em igual intervalo de 2022, um incremento de 331%. No que se refere aos ativos das cooperativas do sistema, a alta foi de 53,3%, encerrando o período em R$ 2,3 bilhões ante os R$ 1,5 bilhão registrados entre janeiro e março de 2022.

“O crescimento registrado nos depósitos é muito importante, porque mostra a conquista da confiança dos nossos clientes. O índice de crescimento que registramos é bem maior que a média do sistema financeiro”, explicou.

Considerando os últimos 12 meses, encerrados em março, o sistema Sicoob Crediminas segue com resultados positivos. Conforme os dados, no período, as operações de crédito das cooperativas filiadas à Crediminas somaram R$ 21,15 bilhões, o que representou um avanço de 18,8% no intervalo.

O conjunto de cooperativas superou 1,2 milhão de associados, o que gerou um crescimento de 16,2%. Os ativos já somam R$ 37,9 bilhões, um crescimento de 29,8% se comparado com o resultado anterior. Os depósitos totais chegaram a R$ 24,8 bilhões, variação positiva de 30,5%.

“Na Crediminas, estamos conseguindo atingir com muito êxito o nosso objetivo de levar a assistência financeira através do cooperativismo. As pessoas que vêm para o sistema têm alternativa para as demandas de forma diferenciada, com atendimento humanizado, onde o financeiro é importante, mas tem que ter o viés humano. Dentro do cooperativismo, ambos têm que ganhar”. 

Ainda segundo Noronha, as estimativas para o fechamento de 2023 são positivas. A meta é fechar o período com ativos em R$ 43,6 bilhões. Em relação às operações de crédito, as mesmas devem chegar a R$ 25,5 bilhões e os depósitos a R$ 30,4 bilhões.

“A expectativa é muito boa, apesar da crise que estamos passando com os juros e a inflação altos, o que inibe as operações e acaba prejudicando o crescimento. Mas, por estarmos muito atrelados ao agronegócio, que passa por um momento bom no País, nos beneficiamos com isso”, explicou.

Outro ponto que favorece o crescimento é a capilaridade no Estado. Ao todo, são 72 cooperativas, com 732 agências/pontos de atendimento em todas as regiões de Minas Gerais. Além disso, existe o atendimento pelos canais digitais.

“Destes pontos de atendimento, 184 estão em cidades que não contam com nenhum outro atendimento bancário. Estamos levando a assistência financeira para onde, muitas vezes, o sistema financeiro tradicional não quer estar. Também atuamos fortemente nos canais digitais. Hoje, 61% das nossas transações são feitas por eles. Temos opção para cada clientes”.

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