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Inovação, ESG e TI em discussão no evento

Cases de empresas ganharam destaque
Inovação, ESG e TI em discussão no evento
Principal objetivo é trazer para a Capital discussões de alto nível, disse Mandacaru, especialista em atração de investimentos | Crédito: UV Foto e Vídeo Sama Produções

O mercado internacional não foi o único tema abordado na primeira edição do Café com Investimentos, capitaneado pelo especialista em atração de investimentos, Marcos Mandacaru. Cases de inovação e tecnologia e Agenda ESG também foram as outras abordagens do evento, que logo terá novas edições e já nasce com o propósito de internacionalização em 2024.

“Largamos com a ambição de, no ano que vem, internacionalizar o projeto. Nosso principal objetivo é trazer para Belo Horizonte discussões de alto nível, eventos de relevância para nossa cidade e discutir temas estratégicos para as empresas e os territórios. Nos vemos em Londres”, anunciou Mandacaru.

Primeiramente, na parte de tecnologia e informação, foram apresentadas as empresas Nanonib e Huawei, ambas com forte atuação em Belo Horizonte.

A Nanonib – Nanotecnologia e Inovação em Nióbio – está localizada no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec), na região da Pampulha, e desenvolve diversos produtos à base de nióbio. A startup mineira, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já desenvolveu um creme dental à base de nióbio para clareamento e combate à cárie, por exemplo. Hoje, o creme dental está em fase de testes e registro.

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Inovação promete revolucionar a cadeia do nióbio com antisséptico que inativa diversos vírus

Agora, a empresa trabalha em uma tecnologia que promete revolucionar a cadeia do nióbio não apenas em Minas Gerais, mas em todo o mundo. Trata-se de um antisséptico que inativa diversos vírus. Também estão em estudos produtos voltados para os cuidados com a pele.

O professor titular da UFMG e um dos sócios-fundadores Nanonib, Luiz Carlos Alves Oliveira, apresentou o case e contou que foram 16 anos de pesquisas até chegar ao atual estágio.

“Temos todas as licenças operacionais e estamos prontos para produzir em escala industrial, com capacidade para atender o País inteiro. Hoje, 80% do nióbio do mundo sai de Araxá (Triângulo) e quase 100% é utilizado para produzir material siderúrgico. Queríamos fazer algo diferente e com moléculas especiais chegamos a outras áreas. Cosmético, saúde, agronegócio, energia e pigmentos especiais são algumas delas”, ressaltou.

E em uma parceria com a também mineira, Yeva Cosmétiques, localizada em Itaúna, no Centro-Oeste do Estado, a Nanonib vai levar o produto para o mercado. A startup vai produzir o insumo e a Yeva Cosmétiques fabricará o antisséptico em spray.

Queríamos fazer algo diferente e com moléculas especiais chegamos a outras áreas, disse Luiz Carlos Oliveira, da Nanonib | Crédito: UV Foto e Vídeo Sama Produções

Huawei traz inovação e tecnologia em nuvem pública para BH

A Huawei é uma multinacional com sede na China, que atua fortemente na área de celulares e tecnologia da informação (TI), sendo a maior fornecedora de equipamentos para redes e telecomunicações do mundo. E está há 25 anos no Brasil, mais especificamente em Minas Gerais. A divisão Cloud chegou ao País em 2019 e já é o quarto maior provedor de serviços de nuvem do País, tendo superado gigantes do setor de inovação.

O diretor de parcerias da Huawei Cloud, Marcelo Morais, apresentou o case da empresa no evento. E adiantou os planos de investimentos em Belo Horizonte. “A Cloud está investindo em Belo Horizonte e a capital mineira será a terceira cidade brasileira que a empresa irá atuar. Já estamos em São Paulo e Brasília. Acreditamos no potencial. E a nuvem pública é um caminho sem volta. Vai dominar o mercado”, adiantou.

A Huawei Cloud é uma provedora global de serviços em nuvem que adota a abordagem Everything as a Service. E o investimento no Estado vem na esteira de outras apostas, já que a fornecedora vem expandindo sua presença no mercado de Cloud na América Latina. Seu objetivo é fomentar parcerias para construir um mundo totalmente conectado e inteligente baseado em nuvem.

A subsidiária é referência, por exemplo, em computação, armazenamento, rede, bancos de dados, big data, migração, segurança e serviços de orquestração de aplicativos. Além disso, fornece as ferramentas ideais para reduzir os custos sobre o investimento, melhorar a eficiência operacional, a segurança dos dados e a inovação.

Um capítulo especial para a Agenda ESG com o Instituto Mano Down

E se o Café com Investimentos vai tratar sobre temas caros ao desenvolvimento de Minas Gerais, a sustentabilidade não poderia ficar de fora. A proposta é que cada edição do evento apresente algo relacionado à Agenda ESG.

Essa é uma iniciativa alinhada às premissas do Movimento Minas 2032 (MM 2032) – pela transformação global, liderado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. O movimento propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável.

Neste sentido, foram apresentadas experiências e inspirações do Instituto Mano Down. Sediada em Belo Horizonte, a organização sem fins lucrativos promove a autonomia e inclusão de pessoas com síndrome de Down e outras deficiências, há 11 anos. A máxima do instituto é conscientizar a substituição da palavra “exclusão” por “oportunidade”.

Convido a todos a se perguntarem onde estão as pessoas com deficiência no meio de tantos números, disse Gabriel Leandro | Crédito: UV Foto e Vídeo Sama Produções

Importância da inclusão no ambiente corporativo

O psicólogo do Instituto, Gabriel Leandro, falou da importância da inclusão no ambiente corporativo. E propôs que as empresas troquem a palavra “exclusão” por “oportunidade”.

“Falamos de bilhões nas relações entre os países, nas transformações e investimentos realizados por empresas. Mas convido a todos a se perguntarem onde estão as pessoas com deficiência no meio de tantos números. Hoje, essas pessoas somam 1 bilhão no mundo. São 100 mil no Brasil. E estão inviabilizadas”, alertou.

Para ele, o assunto ainda é tangenciado pelo Estado e pelas pessoas em geral. Por isso, enfatizou para as lideranças a importância de, antes de tudo, sensibilizar seus colaboradores. “Não basta contratar PCDs (pessoa com deficiência). O assunto é espinhoso e muitos se assustam e se afastam. Mas essas pessoas existem e a existência delas significa muito para todo mundo. Por isso o engajamento de empresas pela causa transforma vidas”, relatou.

O Instituto apresentou dados de uma pesquisa que mostra que empresas com diversidade entre os funcionários têm 35% chance de um rendimento acima da média; a existência de conflitos é 50% menor que nas outras organizações; dos entrevistados, 83% disseram acreditar que a presença de uma pessoa com Down fez com que o líder se tornasse mais apto a resolver e administrar conflitos; 80% dos clientes em uma empresa disseram que as pessoas com Down têm um impacto positivo no atendimento.

Hoje são centenas de famílias atendidas e milhares de pessoas impactadas, direta ou indiretamente pelo Instituto Mano Down. Em 2022, 728 pessoas com deficiência intelectual foram impactadas. Indiretamente, 510 mil pessoas foram contempladas em todas as frentes de atuação.

“Ao estimular o desenvolvimento, dar visibilidade e oportunidades, o Instituto Mano Down mostra para a sociedade as potencialidades das pessoas com deficiência, transformando vidas e gerando impacto positivo na sociedade”, frisou.

Balanço do 1º Café com Investimentos

Finalmente, Mandacaru fez um balanço positivo sobre o primeiro encontro, realizado em parceria com o DIÁRIO DO COMÉRCIO e o Hotel Ouro Minas. Segundo ele, o Café com Investimentos chegou com o propósito de inserir Belo Horizonte na agenda de eventos nacionais sobre temas de relevância estratégica para empresas e territórios. E também de conectar pessoas e empresas, bem como de promover a geração de negócios.

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