Novas cultivares de milho e sorgo com alto potencial chegam ao mercado

Duas novas cultivares de milho desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão disponíveis para a próxima safra e têm em comum o bom potencial produtivo em condições de baixo e médio investimento, com sementes a preços mais acessíveis.
O híbrido BRS 2107, indicado para produção de grãos em lavouras de baixo e médio investimento e BRS 4107, uma variedade de polinização aberta, para lavouras de baixo investimento. Ambas são de ciclo precoce-normal, com elevada resistência ao acamamento e quebramento de colmo, apresentam ampla adaptabilidade e estabilidade, sendo recomendadas para todas as regiões do Brasil tanto na safra como na safrinha.
Outra novidade é o híbrido de sorgo granífero BRS 3318, desenvolvido a partir da demanda de mercado por um sorgo mais produtivo com alta sanidade foliar e baixo fator de reprodução de nematóides. “Esse híbrido foi selecionado por seu excelente desempenho nas áreas de Cerrado, Triângulo Mineiro e Oeste Baiano, com produção de grãos acima de 5 toneladas por hectare”, relata o pesquisador Cícero Beserra de Menezes, da Embrapa.
Tanto as cultivares de milho quanto as de sorgo foram desenvolvidas por pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (MG). Testadas em várias regiões, elas têm em comum o elevado potencial produtivo dentro das suas categorias, para atender às necessidades de pequenos, médios e grandes produtores.
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O objetivo é oferecer semente de custo e qualidade mais acessível, ajudando a balizar o mercado de sementes. “O número de cultivares de sorgo no mercado nacional é bastante limitado, quando se compara com outros cereais, de forma que é preponderante o lançamento de mais cultivares para dar ao produtor mais opções de assertividade de plantio, uma vez que a segunda safra é muito tolerante por variações climáticas”, aponta Menezes.
O novo sorgo BRS 3318 tem uniformidade e é um híbrido simples para a produção de grãos. A cultivar já está registrada para as regiões brasileiras Centro-Oeste e Sudeste e deve ter sua extensão de uso finalizada nesta safra para outras regiões. Com alto potencial produtivo, é estável e resistente ao acamamento. Possui também tolerância à seca e ao alumínio no solo. Todas essas características fazem dessa cultivar uma alternativa importante para sucessão de soja, especialmente para plantios na safrinha.
Sorgo no Brasil e no mundo
O sorgo é o quinto cereal mais plantado no mundo, após milho, trigo, arroz e cevada. O Brasil é o oitavo maior produtor mundial de sorgo. “Essa cultura vem ganhando espaço nas safras por causa da última instabilidade climática da segunda safra e dos problemas do complexo do enfezamento que prejudicam o cultivo do milho. O sorgo é mais tolerante à seca que o milho e não é atacado pelo complexo de enfezamento. Seu custo de produção é 40% menor que o do milho”, considera Menezes.
Nas duas últimas safras, a área nacional de sorgo aumentou consideravelmente com crescimento em áreas já conhecidas como MG, BA E GO, e com incremento em novas áreas como MS, PR e TO. O grão de sorgo pode substituir o milho em 100% nas rações de aves, suínos e bovinos.
Desafios do milho
O milho é cultivado em todos os estados brasileiros, em uma diversidade de sistemas produtivos, abrangendo desde a agricultura familiar até a empresarial. O pesquisador Lauro José Moreira Guimarães analisa que os grandes desafios da cultura passam por formas de manter e aumentar a produtividade com sustentabilidade.
Ele cita duas das grandes mudanças nos últimos anos: o aumento da área da segunda safra de milho, que hoje responde por cerca de 76% da produção, segundo levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 2023, e o aumento dos custos , abrangendo sementes, fertilizantes, defensivos, combustíveis e maquinário, entre outros. (Embrapa)
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