Quatro anos na presidência da AML

Rogério Faria Tavares*

 Com a certeza do dever cumprido, concluo, no próxima quinta-feira (25), às 20h, em sessão aberta a todos, na sede da agremiação, o período dos quatro anos em que exerci a presidência da Academia Mineira de Letras (AML). Vivi uma aventura feliz. Em dois mandatos, mesmo sob o horror da pandemia e dos diversos obstáculos que o campo da cultura precisou enfrentar nos últimos tempos, foi possível fazer muito.

Pelo apoio e a solidariedade que nunca me faltaram, sou grato aos integrantes da Casa de Alphonsus de Guimaraens e de Henriqueta Lisboa, e, também, aos seus eficientes funcionários, tendo à frente a sua diretora-geral, Inês Rabelo. Agradeço, ainda, aos patrocinadores, benfeitores e parceiros que tornaram possíveis nossas inúmeras atividades.

 Entre elas, destaco a ampliação de nossa presença nas redes sociais, sobretudo no Facebook, no Instagram e no YouTube (nosso canal oferece gratuitamente uma extensa coleção de palestras e vídeo aulas sobre Literatura, em especial a produzida em Minas Gerais).

Ciente do poder das tecnologias digitais, a AML ainda proporcionou a dezenas de alunos alguns importantes cursos on-line, acolhidos com entusiasmo e interesse. Os 82 números da nossa mais que centenária revista também estão disponíveis em nosso site, na íntegra, sem qualquer custo, oferecendo aos leitores vasta gama de textos literários de alto nível, entre ensaios, crônicas e poemas.

 Nossa atividade editorial não se limitou à edição da revista. Em parceria com o Grupo Autêntica, publicamos “20 contos sobre a pandemia de 2020”, sucesso de vendas e de crítica. Documento histórico-literário, o volume reúne ficções elaboradas por duas dezenas de autores do nosso Estado, entre os quais Frei Betto, Ivan Ângelo, Carlos de Brito e Mello, Carla Madeira, Paula Pimenta, Olavo Romano, Luís Giffoni, Jacyntho Lins Brandão e Afonso Henriques de Guimaraens Neto.

Em conjunto com a Editora Del Rey, lançamos “Nos vinte e cinco anos da CPLP – Estudos em Homenagem a José Aparecido de Oliveira e Ricardo Arnaldo Malheiros Fiuza”, com sessões de autógrafos já realizadas em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília (na Embaixada de Portugal) e em Lisboa (na sede da CPLP).

Finalmente, com o apoio da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), reeditamos os quatro romances assinados pelo acadêmico Godofredo Rangel, em belo projeto gráfico de Marconi Drumond. A luxuosa caixa ainda traz, além das quatro histórias de Rangel, o que sobre ele escreveram Carlos Drummond de Andrade, Antônio Cândido, Autran Dourado e Márcio Sampaio, curador de sua obra. A propósito, com a Ejef acabamos de lançar a terceira temporada de “Vozes Poéticas de Minas”, série de podcasts contendo poemas de nomes fundamentais da literatura mineira.

 Durante minhas gestões, igualmente tive a honra e o privilégio de presidir as inesquecíveis cerimônias de posse de dez novos membros da Casa, que chegaram para contribuir ainda mais com os trabalhos da Academia. Refiro-me a Wander Melo Miranda, Ibrahim Abi-Ackel, Jota Dangelo, José Fernandes Filho, Maria Esther Maciel, Antonieta Cunha, JD Vital, Humberto Werneck, Silviano Santiago e Ailton Krenak, todos eleitos na convicção de que a qualidade, a pluralidade e a diversidade são essenciais para o presente e para o futuro da nossa instituição.

*Jornalista, doutor em Literatura e presidente da Academia Mineira de Letras