Prévia da inflação na RMBH vai a 0,90% e fica acima da nacional

O aumento das passagens de ônibus urbano é o responsável por impulsionar a inflação nos primeiros 15 dias de maio na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) avançou 0,9%, maior alta entre as regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado da RMBH é 0,39 p.p. acima do IPCA-15 nacional que foi de 0,51%. Ele supera também o mês de abril quando a região registrou aumento de 0,27% e marcou o menor índice das 11 regiões metropolitanas analisadas naquele mês, informa o instituto.
Doutor em Economia e professor do Ibmec, Luiz Carlos Day Gama explica que a tendência nacional tem sido de queda desde fevereiro. Em abril, o índice nacional do IPCA-15 foi de 0,57% e o da Região Metropolitana de Belo Horizonte, 0,27%. “O que aconteceu este mês aqui na RMBH é que o aumento das passagens de ônibus realmente se tornou o vilão do aumento do índice regional. Mas a tendência tem sido de queda”, explica.
Para o professor, o problema maior é que há uma previsão da inflação ultrapassar o teto estabelecido pela meta nacional, que é de 3,25%. “A política do Banco Central de manter a Selic elevada vem surtindo efeito e está evitando uma aceleração do IPCA. Porém, mesmo assim, a expectativa é que não seja suficiente para ficar abaixo da meta”, conclui.
Economista e professor do Uni-BH, Fernando Sette Junior observa que, em abril, não foi repassada a inflação para os produtos, daí a região de Belo Horizonte ter registrado índice mais baixo e acumulado os excedentes para o mês de maio, registrando o índice mais alto. “Os dados vieram com mais força neste mês. Mas se observarmos o acumulado dos doze meses, Belo Horizonte estava na média do País”, avalia. “Tivemos uma alta muito baixa em abril e agora, em maio, enxergamos essa compensação entre um mês e outro”, disse.
A variação acumulada em 12 meses foi de 3,17% na RMBH. Entre janeiro e a primeira quinzena de maio a inflação atingiu 3,58%.
A RMBH registrou o terceiro menor resultado do acumulado de 12 meses entre as áreas de abrangência da pesquisa. O índice nacional do acumulado de 12 meses alcançou 4,07%. No acumulado deste ano, o IPCA-15 no Brasil atingiu 3,12%.
Confira o que subiu e o que caiu na RMBH
Dentre os itens analisados, oito grupos apresentaram inflação. Transporte (1,96%) e ‘Saúde e cuidados especiais’ (1,35%) são os dois maiores responsáveis pela alta do índice no período.
Apenas o grupo de artigos de residência (-0,92%) registrou deflação, com destaque de impacto individual negativo para a queda dos aparelhos eletrônicos (-1,53%).
O grupo de Alimentação e Bebidas (0,84%) ficou em terceiro, seguido do Vestuário (0,75%), da Habitação (0,52%), Comunicação (0,39%), Despesas Pessoais (0,37%) e Educação (0,09%).
O aumento da passagem de ônibus em 33% a partir do dia 23 de abril e o aumento do etanol em 6,84% no período foram os maiores responsáveis por impactar individualmente de forma positiva o índice. Em saúde, a maior contribuição individual veio dos produtos farmacêuticos que tiveram reajustes autorizados a partir do mês de abril.
“A grande diferença com relação ao restante do País é o transporte. Ele contribuiu para o nosso índice ficar mais elevado. Enquanto a maioria do país registrou queda neste grupo, por aqui registramos alta, contribuindo para esse dado mais alto”, analisa o professor Luiz Carlos Day Gama.
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