Safra de café maior pode ajudar País a recuperar exportações

São Paulo – A safra de café do Brasil que está em fase inicial de colheita deve surpreender positivamente, o que permitirá uma recuperação das exportações do País no segundo semestre, após os embarques acumularem queda de 20% no ano até abril, disse, nesta sexta-feira, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira.
Uma safra maior do que a de 2022 – mas ainda inferior ao recorde de 2020 – e o aumento da demanda por grãos da variedade conilon/robusta balizam essa avaliação de retomada dos embarques do Brasil, que deverá também manter bom ritmo de volume de exportação no primeiro semestre de 2024.
“No Cerrado, Sul de Minas e Mogiana, o que nós podemos ver, e posso falar porque vi presencialmente depois de uma viagem de 1.600 km durante sete dias, é que as condições das lavouras surpreenderam, estão muito melhores inclusive do que nós esperávamos…”, disse Ferreira a jornalistas, no intervalo de evento do Cecafé.
“Ainda estamos muito aquém do recorde de 2020, mas com certeza tem um cenário muito interessante: cafés em mais quantidade e qualidade para esta safra que está chegando”, disse ele, referindo-se às áreas de grãos arábica, principal variedade colhida no Brasil.
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Ele afirmou também que a safra de café conilon/robusta do País deve “repetir” o volume do ciclo anterior, em visão diferente da estimativa da estatal Conab, que aponta uma queda de 7,6% ante o recorde do ano passado.
Considerando uma boa safra e preços altos para o conilon/robusta, o presidente do Cecafé vê impulso nas exportações dessa variedade, beneficiando os embarques gerais do Brasil.
“O conilon carrega um estoque de passagem decente, também muito bom, o produtor de conilon pode vislumbrar uma consistência de preços porque existe no mundo um déficit de produção, principalmente na Indonésia e também no Vietnã”.
“Isso vai obviamente reverberar em exportações melhores de conilon, o que não acontecia há muito tempo, e também exportações maiores de arábica, fruto da melhoria dessa produção”, disse.
No caso do conilon/robusta, os preços estão sendo negociados próximos de uma máxima recente de 15 anos, por conta principalmente da quebra de safra do Vietnã, maior produtor dessa variedade.
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