Cresce número de dispositivos conectados globalmente

Um trabalho de campo realizado em 2022 com cerca de 600 empresas previu, para 2023, cerca de 41,76 bilhões de dispositivos ativos conectados à Internet das Coisas (IoT) globalmente, o que, comparado com 2022, resulta em um impulso no crescimento de 18% nas conexões.
De acordo com o Conselheiro Consultivo da Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc) e Vice-presidente da Pesquisa IoT, Edge e Serviços Digitais da Frost & Sullivan, Renato Pasquini, alguns dos principais motivos dessa expansão são a aceleração dos processos de automação, a transformação digital dentro das empresas, recuperação das cadeias de valor após a pandemia da Covid-19 e o lançamento do 5G.
Entretanto, a pandemia foi um fator relevante para esses impulsos dentro do setor. Durante esse período, houve um grande avanço na questão da melhora da experiência do cliente, pois as empresas adotaram soluções para poder ter um melhor relacionamento com o cliente, é o que diz Pasquini.
“Além disso, durante a pandemia houve também um avanço da eficiência operacional, um controle de custos e melhor adequação à nova realidade. Muitos setores tiveram perda de receita, como varejo e manufatura, o que impulsionou um investimento em IoT para aprimorar seus processos e ganhar mais eficiência”, conclui.
Já de acordo com Yanis Stoyannis, Customer Security Director da Ericsson para a América Latina e Líder do comitê de segurança da Abinc, o mercado de IoT é de alta expectativa de crescimento para a sociedade e para novos negócios de uma forma geral. Como estima o instituto de pesquisa Mckinsey, até 2030 o mercado de IoT vai atingir pelo menos até US$ 5,6 trilhões, podendo chegar, dependendo das condições da economia mundial, até US$ 12 trilhões.
“Atualmente vivemos em uma sociedade moderna com uma constante evolução das tecnologias, inovação permanente e transformação digital que aceleram todos esses processos de globalização e de integração”, pontua Stoyannis, líder da Abinc.
No ponto de vista de Gustavo Zarife, Country Manager Brazil da Everynet e Diretor de tecnologia da Abinc, a expansão das aplicações de IoT está passando da fase inicial para o deployment, o que faz com que as utilities se tornem fundamentais na expansão desse pilar essencial para viabilizar o crescimento da hiperconectividade. Além disso, ele pontua que o movimento global hoje converge para essa expansão também, uma vez que os ciclos dos projetos se completam entre si e estão aderentes às tecnologias proporcionadas pelo 5G, nano satélites e outros. Para ele, a expansão vem como consequência.
Por fim, para David Pereira, analista da TGT /ISG, a conectividade possui papéis importantes na convergência de tecnologias que aproximam a tecnologia da informação da tecnologia operacional (OT). “Mas agora IoT é mais que isso com uso de Inteligência Artificial e Edge Computing, o que nos leva a outras questões importantes neste contexto como a segurança e o tratamento dos dados obtidos”, opina.
O tema foi discutido em abril, durante a sétima edição IoT Business Forum 2023, um evento promovido pelo TI Inside em parceria com a Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc), no qual reuniu diversos líderes e experts da área de Internet das Coisas e discutiu sobre temas que vão desde o desenvolvimento do IoT no Brasil até a consolidação de projetos no setor.
Ouça a rádio de Minas