Fundo disponibilizará R$ 55 mi em Mariana

Com o objetivo de alavancar a economia local, gerar emprego e atrair novos negócios, a Fundação Renova vai disponibilizar novamente os R$ 55 milhões do Fundo Diversifica Mariana, lançado em 2018, exclusivamente para o município.
Desde aquele ano, 12 projetos foram apresentados, porém, nenhum efetivado em contrato até hoje. O programa, agora, possui duas novas modalidades para tentar ser mais atrativo e potencializar os empreendimentos locais. O novo edital tem previsão para ser lançado em junho.
A falta de disponibilização de garantia real por parte das empresas tomadoras de crédito foi um dos principais gargalos para a não contratualização dos projetos. “Entendendo o perfil das empresas interessadas, reestruturamos o edital e estamos lançando outras duas modalidades para atraí-las e atender empresas que ainda não conseguiram apoio de outros fundos criados”, revela a coordenadora de Economia e Inovação da Fundação Renova, Ana Lage.
A executiva explica que o fundo, que era só de equalização de juros, passa, agora, a ter três modelos: além do já existente em que os recursos são destinados para o equilíbrio das taxas de juros pagas pelas empresas na tomada de crédito com teto máximo de R$ 10 milhões, passa a existir o Fundo Garantidor, com o objetivo de contribuir para a superação de dificuldades constatadas por empresas em apresentar garantias nas operações de crédito, com teto máximo de R$ 20 milhões; e o Financiamento que facilita o acesso ao crédito com limites maiores e taxas de juros menores para pequenos financiamentos ou capital de giro.
A quem se destina
O Diversifica Mariana é operacionalizado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e possui um comitê gestor, composto por representantes da Fundação Renova, do BDMG e do Governo de Minas.
Os projetos são apresentados pelos interessados, de acordo com critérios do edital, e são analisados pelo comitê. Sendo aprovados, passam para uma análise financeira. Cumprindo os critérios exigidos, as empresas têm acesso ao crédito.
Podem ser beneficiárias pessoas jurídicas de todos os portes, cujos projetos de investimento tenham sido enquadrados pelo Comitê Gestor. A única exceção são os microempreendedores individuais.
Os projetos podem ser de implantação, modernização, expansão ou de relocalização. Há itens obrigatórios como estar localizado em Mariana e que o negócio não faça parte, de forma exclusiva, da indústria minerária. Entre os requisitos desejáveis estão a utilização predominantemente de mão de obra local e apresentação de características de sustentabilidade ambiental, por exemplo.
“Nosso objetivo principal é trazer impostos para o município, diversificar a economia tornando-a menos dependente da atividade minerária e gerar emprego na cidade”, ressalta Ana Lage.
Vantagens
A vantagem para que os empresários entrem com projetos no edital do fundo são muitas. De acordo com Ana Lage, além da verba ser ofertada apenas para Mariana, o que reduz a concorrência, há redução de limite de risco, taxas de juros abaixo das praticadas no mercado e carência de 24 meses. “Tiramos o foco de atrair empresas de outras regiões, para fortalecer as empresas locais, tendo em vista que crédito é essencial tanto para financiar o capital de giro quanto aos grandes investimentos. É a melhor opção do mercado”, afirma.
Reparação
O aporte faz parte do Acordo de Reparação dos Impactos Socioambientais e Socioeconômicos, fechado em 2016, para reunir esforços e restaurar a economia dos locais atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão. O documento foi assinado por representantes dos governos federal e dos executivos de Minas e do Espírito Santo, além dos dirigentes da Samarco e das sócias Vale e BHP Billiton.
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