Remotia investe R$ 50 milhões em energia solar

de Baldim*
Sob investimentos da ordem de R$ 50 milhões em energia solar, a Remotia Infraestrutura Energética já conta com três usinas em Minas Gerais. Duas, que somam capacidade instalada de cerca de 5,5 megawatt-pico (MWp), estão localizadas no município de Baldim, região Central do Estado. A terceira, em operação em Sacramento (Alto Paranaíba), tem capacidade de 4,6 MWp.
Uma das unidades geradoras de Baldim é considerada um case de crédito verde no Estado. É que a Remotia foi um dos primeiros clientes a serem financiados com a linha do BDMG Sustentabilidade, criada para o desembolso dos recursos captados junto ao Banco Europeu de Investimento (BEI).
O empreendimento, que está em operação desde 2021, tem 2,66 megawatt (MW) de capacidade instalada e gera aproximadamente 5 mil MWh/ano de energia elétrica. A usina recebeu investimentos de aproximadamente R$ 12 milhões. Deste total, 60%, ou seja, mais de R$ 7 milhões, foi financiado com recursos da instituição financeira europeia.
O BDMG também financiou a implantação da usina de energia solar em Sacramento. Porém, dos R$ 24 milhões aportados, 40% foram via BEI. Ou seja, o equivalente a cerca de R$ 9,6 milhões.
Política Estadual de Incentivo permitiu investimentos
As informações são do sócio-diretor da Remotia, Ricardo Castro. Segundo ele, o projeto nasceu em 2016, quando a geração de energia solar começou a ganhar propulsão não apenas em Minas Gerais, mas também no Brasil. Especificamente no Estado, devido à legislação que acabara de ser aprovada, visando à abertura do mercado. O empresário se refere a Política Estadual de Incentivo ao uso da energia solar, que institui incentivos fiscais para a cadeia produtiva do setor. Minas Gerais foi pioneiro neste tipo de ação.
“Começamos com estudos quando não se tinha nada ainda muito materializado e demoramos aproximadamente dois anos para tê-los prontos. Em seguida, conseguimos um grupo de investidores e viabilizamos o projeto. Fizemos todo o processo de obtenção de licenças junto a concessionária, as de meio ambiente e as de implantação”, conta.
Castro ainda recorda que a implantação começou em 2020 e logo veio a pandemia de Covid-19, forçando uma parada nos trabalhos. Alguns meses depois foi possível retomar, as obras foram concluídas em dezembro do mesmo ano e em janeiro de 2021 iniciou-se a operação. “Desde então, seguimos em operação. São em torno de 400 mil quilowatt-hora (kWh) em cada uma delas, o suficiente para abastecer aproximadamente 4 mil famílias”, explica.
Geração de energia solar é controlada remotamente
Um dos diferenciais das usinas da Remotia é o controle remoto das usinas, 24 horas. Isso contribui para a qualidade da operação e manutenção dos ativos.
Conforme Castro, apenas em uma das usinas de Baldim são aproximadamente 8,2 mil placas solares. A empresa acompanha cada grupo de 18 placas separadamente, o que facilita a identificação de qualquer problema na operação. O mesmo acontece com cada um dos 24 inversores. Tudo remotamente. As usinas da cidade somam mais de 16 mil placas solares distribuídas em 18 hectares – 9 cada.
Comitiva do BEI visita usina
No Brasil para uma série de compromissos, entre os quais a inauguração de seu primeiro escritório no País, em Brasília, o vice-presidente do BEI, o economista português Ricardo Mourinho, também esteve em Minas Gerais. Ele visitou a usina cujos recursos disponibilizados pela instituição financeira ajudaram a viabilizar. A reportagem do DIÁRIO DO COMÉRCIO acompanhou a agenda com exclusividade.
Antes, porém, Mourinho se reuniu com o governador Romeu Zema (Novo) e o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, na sede do BDMG. Na ocasião, eles celebraram a conclusão do desembolso do contrato de 100 milhões de euros, cerca de R$ 500 milhões, assinado em 2019. Até o final do ano, as instituições irão liberar outros 20 milhões de euros, cerca de R$ 100 milhões, referentes aditivo ao contrato em 2021.
A atuação do BEI e as linhas de crédito sustentáveis do BDMG estão alinhadas com o Movimento Minas 2032 (MM 2032) – pela transformação global. Liderado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. A iniciativa propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
*A repórter viajou a convite do BDMG
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