Mateus Simões cobra celeridade do governo federal no acordo de Mariana

*de Uberlândia
O vice-governador de Minas Gerais, professor Mateus Simões (Novo), destacou, na manhã desta quinta-feira, a importância do advogado em discussões como a da repactuação do acordo de Mariana. A declaração foi dada em coletiva de imprensa durante o segundo dia da 18ª Conferência da Advocacia Mineira, realizada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
De acordo com ele, o desfecho do caso de Brumadinho está adiantado mesmo tendo ocorrido após cinco anos do rompimento da barragem de Fundão, devido à lógica de que parte dos profissionais da advocacia com o tempo “contamina positivamente o Ministério Público (MP), o Judiciário e os órgãos de controle no sentido da consensualidade”.
Conforme Simões, a melhor forma de resolver qualquer conflito é através do consenso, uma vez que é rápido, apazígua a sociedade e permite soluções mais efetivas do que permanecer um longo tempo brigando no Judiciário. Segundo ele, o caso de Mariana não teve o mesmo tratamento de Brumadinho e agora está sendo rediscutido o acordo.
Vice-governador cobra Executivo Federal
O vice-governador de Minas também ressaltou que espera que a essa altura, o governo federal já tenha compreendido o contorno do acordo. Disse ainda que entende que após a troca de gestão, o Executivo do País precisou se colocar em pé de igualdade na compreensão da situação, mas que o tempo passou e já foi suficiente para que se possa começar a avançar.
“Vencemos recentemente uma discussão grave em relação à Saúde. Temos outras pendentes e complexas como a questão da pesca marítima, que é um problema no litoral do Espírito Santo, mas temos que avançar ainda este ano. É uma questão de responsabilidade. É inacreditável que as vítimas de Brumadinho já estejam experimentando uma mudança da sua realidade por conta do acordo e as vítimas de Mariana ainda estejam esperando entrega de casas”, salientou.
Preocupação com a criação de um novo comitê interno do Ministério do Meio Ambiente
Nesta semana, o Ministério do Meio Ambiente criou um grupo de trabalho (GT) para analisar e deliberar sobre a repactuação do acordo de Mariana. Simões demonstrou preocupação com a criação deste novo comitê, cujo prazo é de 180 dias, podendo ser prorrogado.
“Ficamos um pouquinho preocupados com o fato de ter sido criado uma comissão com prazo de cento e oitenta dias para analisar o processo agora dentro do Ministério do Meio Ambiente. O governo federal já está analisando esse caso há nove anos, o desastre não aconteceu no dia primeiro de janeiro deste ano. Então, apesar de eu entender que o governo federal precisava de tempo para se colocar dentro das discussões, esse tempo já foi dado. Nós já temos condição de avançar e contamos com ministros que estão sensíveis para isso”, disse.
“Não posso reclamar da Casa Civil, da Minas e Energia, e agora esperamos que o Ministério do Meio Ambiente, apesar dessa formação dos grupos de trabalho, também perceba que é do interesse do meio ambiente começar a reparar a questão ambiental”, complementou.
*o repórter viajou a convite da OAB-MG
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