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Mulheres do Sul de MG se unem em prol do fortalecimento do setor

Associação congrega 138 líderes em diversas frentes de trabalho
Mulheres do Sul de MG se unem em prol do fortalecimento do setor
Buscamos aplicar inovações no campo e também na gestão, disse Daniele Alkmin e Dorotéia Rennó Moreira | Crédito: Leonardo Morais

Criada, em 2018, por quatro mulheres produtoras de café especial para falar sobre cafeicultura e ganhar mais representatividade, a Associação Mulheres Empreendedoras do Café de Santa Rita do Sapucaí (Sul de Minas) hoje conta com 138 associadas, líderes em diversas frentes de trabalho.

O objetivo, segundo a presidente da Associação, Daniele Alkmin, é aprimorar as habilidades e competências das empreendedoras, com atividades como: palestras, workshops, rodas de conversa, visitas técnicas, participações em feiras nacionais e internacionais de café, sempre voltadas para o setor cafeeiro e o fortalecimento econômico de todos que fazem parte da rede.

“O ambiente da cafeicultura sempre foi muito machista, a gente não tinha oportunidade de falar. Muitas vezes eu fui apresentada como a filha do Carlos Henrique, nem nome eu tinha. Meu pai começou a me apresentar e eu percebi que ele estava enumerando os meus diplomas antes que eu falasse uma só palavra. Isso vem mudando. Percebo que os ambientes já estão muito mais preenchidos por mulheres, inclusive na liderança. São mulheres realizadoras, que estão fazendo e sendo reconhecidas”, afirma Daniele Alkmin.

Realizado no dia 12 de maio, o “Summit Empreendedoras do Café de Santa Rita do Sapucaí” foi o encontro mais recente. Com o tema “Realizar para Protagonizar”, reuniu, no Teatro Inatel, mais de 800 pessoas ligadas à cadeia do café no Brasil e contou com a presença de nomes expressivos do mercado, palestras, espaços para networking e exposições culturais, históricas e de produtos. A instituição também investe em ações voltadas para educação nas escolas sobre o protagonismo e o desenvolvimento do café entre as gerações.

“Todo nosso trabalho de educação tem como objetivo mostrar para as pessoas que a cafeicultura pode oferecer boas condições de trabalho e de desenvolvimento das pessoas no campo. Já enfrentamos uma grave escassez de mão de obra e não adianta termos a melhor tecnologia se não tivermos pessoas habilitadas para conduzi-la e que sejam felizes fazendo isso. Estamos abertos para receber pessoas que queiram desenvolver tecnologia. É fundamental para o negócio, para a balança comercial brasileira e impacta muito na geração de emprego na nossa região. Temos 300 mil produtores de café no Brasil, 88% deles são pequenos produtores”, explica a presidente da Associação.

Enérgica, Dorotéia Rennó Moreira comanda a Fazenda Santa Maria RM com a ajuda dos filhos e é uma participante ativa da Associação. Já na quinta geração, a propriedade reserva tempo e investimento para conservar a história, que começou no início do século passado, e também para investir em tecnologia. Atualmente a produtora rural trabalha com diferentes culturas e a ordem é seguir a metodologia ágil e se antecipar aos problemas.

“Buscamos aplicar inovações no campo e também na gestão. Conto com uma consultoria que me obriga a ficar o tempo todo atenta e compartilho isso com as meninas da Associação. No princípio era para a gente não se sentir tão deslocada, porque homem faz grupinho. Eu acho que como elas são todas novas nesse negócio de mulher na administração de propriedade rural, elas oxigenam o setor. É uma dando suporte à outra”, destaca Dorotéia Rennó Moreira.

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