Palácio das Artes exibe Cinefantasy

Cinema fantástico com temáticas sociais e realistas como construção narrativa e estética. A proposta é parte do que a mostra “Cinefantasy BH” apresenta no Palácio das Artes até o próximo domingo. O evento, que acontece no Cine Humberto Mauro e é gratuito, vai evidenciar o gênero fantástico e levar à população filmes carregados de fantasia, ficção científica e também horror. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do cinema uma hora antes de cada sessão.
Com 15 anos de estrada, o Cinefantasy desembarca em Belo Horizonte e exibe doze longas-metragens com o objetivo de democratizar o acesso e contribuir para a formação de público. “No universo do cinema fantástico muitas pessoas têm dúvidas e acham que as obras são basicamente filmes de horror trash. Nós trabalhamos com outro conceito, em que incluímos pautas sociais e desconstruímos um pouco essa narrativa”, explica Mónica Trigo, diretora do Cinefantasy e presidente da Fantlatam – Alianza Latinoamericana de Festivales de Cine Fantastico.
De acordo com Mónica, o festival está comprometido em exibir não só o cinema brasileiro, mas o melhor do cinema mundial, derrubando muros e construindo pontes de integração das narrativas. Exemplo disso são os longas que estão na programação e que possuem realizadores do Brasil, Argentina, Colômbia, Estados Unidos e até da China.
Dentre os filmes que fazem parte da mostra estão “O Olho e a Parede”, do guatemalteco Javier del Cid, “Zumbis no Canavial: O Documentário”, do argentino Pablo Schembri, “Tempo Com Gatos Nunca é Desperdício”, do sul-africano Clive Michael Will, “Mundo Proibido”, dos brasileiros Camila Carrossine e Alê Camargo, e “Bipolar” (foto), da chinesa Queena Li. “Uma mostra de cinema é sempre uma vivência, uma experiência. Ter a projeção dessas obras em Belo Horizonte, especialmente para mim, que sou filha de mineiro e carrego esse sangue libertador nas veias, é transbordar a discussão sobre as distopias, sobre o que faz parte de uma não realidade. É uma narrativa importante, inclusive, para reflexão do que é o Brasil hoje”, comenta Mónica Trigo.
Com sessões comentadas e com a presença de convidados internacionais, a mostra Cinefantasy BH terá a presença do diretor guatemalteco Javier del Cid, do realizador Ivo Costa, de Yasmine Evaristo, crítica de cinema e pesquisa do gênero fantástico, do ator Caio Macedo, do produtor argentino Martín Aliaga, da professora de cinema, figurinista e realizadora Camila Duarte, do produtor Lucas Pelegrino, do professor de cinema de animação e diretor Sávio Leite e de Patrícia Niedermeier e Cavi Borges, diretores do filme “Não Sei Quantas Almas Tenho”, que será exibido no último dia do evento. “Levar o Cinefantasy para Belo Horizonte é um marco no nosso trabalho curatorial, pois estamos exibindo filmes premiados nas edições anteriores do festival e filmes que tem inclusive premiações nos mais importantes festivais internacionais”, pontua Mónica.
Nos últimos anos, o cinema fantástico tem consagrado obras do gênero nos mais significativos festivais e prêmios do mundo. Exemplo disso são filmes “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” e “Parasita”, vencedores, respectivamente, do Oscar e Festival de Cannes. Grandes produções brasileiras fantásticas também estão conquistando sucesso de público, crítica e bilheterias, como “Bacurau”, de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho; a distópica ficção científica “Medida Provisória”, de Lázaro Ramos, e a animação infantojuvenil de fantasia “Chef Jack – O Cozinheiro Aventureiro”, de Guilherme Fiuza, recém lançada em 596 salas de cinema.
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