RH enfrenta desafios no pós-pandemia

Empresas e profissionais de recursos humanos (RH) têm uma longa lista de desafios no pós-pandemia: até cinco gerações trabalhando juntas, equipes totalmente remotas ou em modelos híbridos de trabalho, saúde mental, diversidade, ESG, entre outros pontos.
A transição, que não tem data para acabar, modificou, além da rotina, a percepção sobre satisfação no trabalho e o conceito do que é uma boa empresa para trabalhar. De acordo com a CEO do Great to Place to Work (GPTW) Brasil, Tatiane Tiemi, essas novas pautas – ou impulsionadas pela pandemia – exigem uma nova dinâmica de negócios e de trabalho, com atualizações constantes e novas abordagens entre líderes, liderados e empresas.
“A única coisa que temos certeza é que a mudança continua e em ritmo mais acelerado. Esse é um processo que já estava em evolução, e ganhou espaço e velocidade durante a pandemia. Em termos de tecnologia estávamos bem amparados, mas tivemos que adequar as rotinas de gestão. Esse foi um balizador de sucesso importante: como cada liderança conseguiu adaptar política e práticas fizeram a diferença no sucesso”, explica Tatiane Tiemi.
O novo cenário impôs à própria GPTW uma revisão nos processos. Era preciso adaptar não só a forma de fazer pesquisa, mas também ela própria. Os parâmetros mudaram. A última adaptação foi realizada em 2022, quando desenvolveram um algoritmo para garantir que a visão sobre a empresa de diferentes públicos seja equalizada.
“A nossa metodologia é viva. Nascemos de um modelo empírico que conversava com os funcionários e não com os gestores. Desde 1997 estamos no Brasil e acompanhamos muitas mudanças na gestão de pessoas. Nosso objetivo é ajudar o mundo a melhorar por meio das empresas. Todos os anos avaliamos o que está acontecendo no mundo para adequar a nossa metodologia ao contexto. Aprendemos que a base da relação entre empresas e colaboradores precisa ser a confiança e isso não muda. Mas como a gente implementa essa relação, isso, sim, muda. Queremos que as empresas sejam GPTW for all (GPTW para todos)”, destaca.
Em breve a consultoria vai apresentar outra novidade: a metodologia passará a contar com a participação de fornecedores justamente para que o processo de avaliação seja transversal a toda cadeia produtiva da empresa.
As práticas de gestão de pessoas adotadas pelas empresas melhor ranqueadas em 2022 não existiam quando a GPTW começou, em 1997. Diante de tantas mudanças, cabe ao gestor, segundo a especialista, ter uma postura mais aberta e disposta a abrir mão do antigo modelo de comando-e-controle em prol de uma produtividade baseada na autonomia e na confiança.
“A agenda do líder está crescendo em novos aspectos. Alguns chamam esse profissional de líder consciente ou integrado. Ele consegue tomar as decisões olhando o sucesso da organização e o progresso da sociedade. É a responsabilidade da liderança além dos muros da organização. Percebemos que a partir de 2020, no grupo das melhores empresas a liderança ficou ainda mais humanizada. Do outro lado ficou o líder, que teve muita dificuldade em se adaptar. Existe uma diferença entre os setores com destaque positivo para tecnologia”.
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