Demandas e ofertas do agronegócio brasileiro

Benjamin Salles Duarte*
O 9º Levantamento da Conab revela que a safra brasileira de grãos está estimada em 315,8 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 43,2 milhões de toneladas em relação à safra 21/22. No conjunto das ofertas, emergindo a soja com 155,7 milhões de toneladas, e o milho 125,7 milhões de toneladas ou 89,1% do total de grãos produzidos numa área de cultivos de 78,1 milhões de hectares, sendo apenas 9,1% da território brasileiro.
Nessa conjuntura, mercados, tecnologias, acessos às fontes de informação, assistência técnica, adoção de inovações no campo, logísticas operacionais, fatores climáticos e somando-se o crédito rural disponibilizado pelo governo no Plano Safra 22/23 estimado em R$ 340,8 bilhões destinados para custeios, investimentos e comercialização explicam esses desempenhos até agora! O Brasil é o 3º maior produtor de alimentos do mundo (FAO).
Além disso, a distribuição geográfica da safra de grãos 22/23 está assim configurada; Norte, 16,8 milhões de toneladas de grãos; Nordeste, 29,4 milhões; Centro-Oeste, 156,3 milhões (49,5%); Sudeste, 29,7 milhões; Sul, 83,4 milhões de toneladas de grãos.No Sudeste, Minas Gerais, com previsão de 18,6 milhões de toneladas de grãos, responde por 62,8% da oferta regional.
O sistema grãos, por sua dimensão e complexidades, movimenta trilhões de reais anualmente e demandando muita Ciência & Tecnologia, insumos, conhecimentos, boas práticas sustentáveis, em milhões de estabelecimentos agropecuários, entre familiares, médios produtores e grandes empresários e tracionando sistemas de transportes, portos, sistemas de armazenagens.
Somando-se ainda distribuição e consumo, recolhimento de embalagens de defensivos no campo, agricultura de precisão, agricultura irrigada, indústria e agroindústrias, e gerando superávits históricos nas exportações, incluindo-se produtos florestais, carnes, ovos, açúcar, frutas, sucos, entre outros alimentos essenciais à segurança alimentar como políticas públicas! Em 2023, presumo que o PIB do agronegócio brasileiro possa atingir R$ 2,3 trilhões, a depender do desempenho das economias mundiais!Entre Julho de 2022 a maio de 2023, o Plano Safra já liberou R$ 318,7 bilhões movimentando as economias regionais (Mapa).
O sistema agronegócio tem sido uma força considerável na formação dos PIBs municipais principalmente nas grandes regiões produtoras do Brasil, e para além do Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária nos estabelecimentos agropecuários, dentro da porteira da fazenda, e na medida em que vai agregando valores às matérias-primas ofertadas pelo campo.
Numa considerável série histórica o agronegócio brasileiro é superavitário nas exportações para mais de 170 países e ganhando novos mercados externos. Senão vejamos alguns exemplos de superávits; 2010, US$ 63 bilhões; 2012, US$ 79,3 bilhões; 2014, US$ 80 bilhões; 2016, US$ 71,3 bilhões; 2018, US$ 87,1 bilhões; 2020, US$ 87,4 bilhões; 2022, US$ 141,6 bilhões; de Janeiro a Abril de 2023, US$ 44,9 bilhões = US$ 654,6 bilhões(Mapa); se fosse atualizado para o dólar comercial de hoje(19/06), seriam R$ 3,12 trilhões.
Sem a exclusão de nenhuma inovação tecnológica gerada nos “Centros de Inteligência” as biotecnologias ganham espaços consideráveis e as plataformas digitais, entre outros fatores, aperfeiçoam os processos de tomada de decisão nos cenários rurais do Brasil e criando uma rede de sinergias e conectividades, que exigem também sustentabilidade econômica e quem planta e cria, abastece e exporta.
E mais, ampliando os eventos internos e externos que promovam o desempenho substantivo do agronegócio mineiro e brasileiro. A eficiência do agro depende também da eficiência da indústria, agroindústria, comércio e agrosserviços.
*Engenheiro agrônomo
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