Economia

Preço dos imóveis por m² em Belo Horizonte supera os R$ 5 mil em maio

O valor médio dos aluguéis na Capital fechou o mês em R$ 1.874,50
Preço dos imóveis por m² em Belo Horizonte supera os R$ 5 mil em maio
A recuperação econômica pós pandemia, a inflação e o repasse de preços dos insumos são alguns dos fatores que podem explicar os valores mais elevados | Crédito: Alessandro Carvalho / Diário do Comércio

O valor do metro quadrado dos imóveis à venda em Belo Horizonte fechou o mês de maio em R$ 5.729,20. É o que revela o relatório mensal realizado pelo portal Imovelweb. A região mais cara da Capital foi a Centro-Sul e o bairro com o preço do m² mais elevado foi o Belvedere.

Os dados do relatório mensal de preços do Imovelweb, também chamado de Index, são gerados com base em 100% dos imóveis listados no portal, seja aluguel ou venda, mostrando o preço médio das propriedades.

As regiões Oeste e Centro-Sul foram apontadas como as mais caras da Capital, com R$ 5.575,52 e R$ 7.907,46 por m², respectivamente. Assim como elas, as regiões da Pampulha (R$ 5.389,19), Leste (R$ 5.250,18) e Nordeste (R$ 5.149,37) também apresentaram valores acima dos R$ 5 mil.

Já as áreas mais econômicas para quem estiver procurando um imóvel para comprar são: Norte (R$4.188,07), Venda Nova (R$ 4.238,17), Noroeste (R$ 4.572,57) e a região do Barreiro (R$ 4.655,52).

Na divisão por bairros, o m² mais oneroso foi o do Belvedere, com valor médio de R$ R$ 11.914,11. Logo em seguida, aparecem os bairros Lourdes e Santo Agostinho, com R$ 11.252,62 e R$ 11.182,46, respectivamente.

Por outro lado, os imóveis à venda mais baratos foram encontrados no Conjunto Califórnia II, com o m² no valor de R$ 2.656,48. Os outros destaques na capital mineira foram os bairros Solimões (R$ 2.707,23) e Flávio de Oliveira (R$ 2.851,47).

Preços dos imóveis para aluguel em BH

O levantamento do Imovelweb também apresentou os preços do m² dos imóveis para alugar no município. O valor médio mensal dos aluguéis em Belo Horizonte ficou em R$ 1.874,50. A cidade ainda observou uma elevação de 9,67% no acumulado dos últimos 12 meses.

Entre as regiões, a Centro-Sul foi a única a superar os R$ 2 mil, com valor médio do aluguel de R$ 2.208,98. Em seguida vem a região Oeste (R$ 1.978,69), Pampulha (R$ 1.801,67) e Leste da Capital (R$ 1.643,13) com os aluguéis mais caros da capital mineira.

Enquanto os aluguéis mais acessíveis foram encontrados em Venda Nova (R$ 1.300,48), Norte (R$ 1.353,28), Noroeste (R$ 1.493,39) e Nordeste (R$ 1.590,93).

Na análise por bairros, o Santo Agostinho é o mais caro, com um preço médio de R$ 3.368,36. Depois aparecem o Carlos Prates (R$ 3.324,83) e o Belvedere (R$ 3.056,81).

Por outro lado, o bairro Jaqueline foi o único com valor médio do aluguel abaixo de mil reais, com R$ 965,45 por mês. A lista dos mais econômicos ainda conta com o Trevo e São João Batista, com preço médio de R$ 1.192,75 e R$ 1.267,65, respectivamente.

Principais motivos da valorização

O CEO do Imovelweb, Leonardo Paz, conta que essa valorização no mercado imobiliário de Belo Horizonte pode ser considerada como um reflexo do crescimento da busca dos consumidores por melhor qualidade de vida na cidade. “O que leva a busca por imóveis próximos aos bairros mais com acesso a serviços, transporte e lazer da cidade”, completa.

Já a gerente comercial do Imovelweb, Barbara Miranda, explica que esses valores elevados também podem estar ligados tanto à recuperação econômica pós-pandemia quanto à alta da inflação. Outro fator citado seria o repasse de preços dos insumos.

“Tem um pouco também de repasse de preços de insumos, que continuam em níveis elevados, o que acaba também respingando no mercado secundário de imóveis”, conclui.

Quanto a uma possível tendência para os próximos meses, ela revela que a perspectiva é de estabilidade tanto nas vendas como nos preços, com risco de uma ligeira desaceleração.

“A alta dos juros começa a ser sentida com mais peso no financiamento imobiliário, o que encarece a compra do imóvel. Por outro lado, a economia ainda está relativamente aquecida e o mercado de trabalho continua apresentando bons resultados, o que dá mais força para o mercado”, explica.

Perfil dos consumidores e dos imóveis

A gerente comercial da Imovelweb ainda destacou que o perfil de clientes no mercado imobiliário é bem diversificado. Desde o casal jovem que está buscando seu primeiro imóvel até um público mais velho que deseja trocar depois da aposentadoria, ou está em busca do seu sonho da casa própria.

Porém ela ressalta que o público belo-horizontino possui uma característica marcante: a preferência por imóveis maiores. Ela compara essa situação com São Paulo, onde as habitações estão cada vez menores e a cidade vive um boom de apartamentos compactos de 20-25m2 e com cada vez menos demanda por apartamentos de três e quatro dormitórios.

“Já em Belo Horizonte ainda existe uma demanda por apartamentos espaçosos. A Região Metropolitana de Belo Horizonte é a que tem a maior proporção de apartamentos com três e quatro dormitórios”, relata.

Além disso, Barbara Miranda conta que muitos moradores estão procurando por apartamentos mais novos com elevadores.

“Isso acontece porque o estoque de apartamentos da cidade é relativamente mais antigos e baixos, que nem sempre contam com elevador. E o elevador é muito importante para certos públicos. O imóvel mais novo em geral já vem com o elevador por padrão, então esta busca também já filtra imóveis mais novos”, explica.

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