Armatrux realiza nova montagem de “Nhoque”

No próximo, sábado, o grupo de teatro Armatrux volta à cena com o espetáculo “Nhoque”, a partir das 19h, no Jardim do C.A.S.A., sede da companhia no Vale do Sol, em Nova Lima. Na nova montagem, o público mineiro de todas as idades assiste a um grande musical no estilo Armatrux e seu teatro de imagens. Em cena, atores, uma banda de bonecos, projeções, dança e muita música. No repertório, assinado por John Ulhoa (Pato Fu) e Richard Neves, clássicos de Tim Maia, Vander Lee, Sidney Magal e Evaldo Braga, e ainda, composições exclusivas. A direção geral é de Paula Manata.
De acordo com a atriz e fundadora da companhia Paula Manata, as mudanças depois da estreia são inevitáveis. “Um espetáculo nunca está pronto. Isso que é bacana na essência de um grupo de teatro. Tudo está sempre se transformando, em movimento”, afirma.
Entre as novidades, a diretora de “Nhoque” adianta que os sinais de libras serão incorporados à encenação pelos próprios atores, em algumas canções. A ideia veio do desejo de ampliar a acessibilidade do trabalho por onde o grupo fosse, já que nem sempre é possível a presença do intérprete em todas as apresentações. “Por enquanto é uma experimentação, mas a proposta é que em breve a gente consiga fazer em todo o espetáculo, como uma linguagem integrada à cena, e não deslocada. Para isso, vamos precisar de muito estudo”, conta.
Outras mudanças dizem respeito à dramaturgia. “Os personagens Fã e Walter, feitos por Raquel Pedras e Cris Araújo, serão mais integrados à dramaturgia do musical. Também estamos afinando iluminação, a manipulação dos bonecos e os cantos dos atores”, explica. Paula diz que a atração musical que costuma encerrar o espetáculo será mantida, como nas apresentações do ano passado. “Mas dessa vez, é surpresa e o público só saberá no dia”, avisa.
Versatilidade
A encenação do musical chama a atenção pela versatilidade de linguagens e primor técnico, que, para a atriz Tina Dias, é resultado de muito trabalho em grupo: “Nhoque é bem contemporâneo e representa a construção de linguagem desses mais de 30 anos do Armatrux. O público se depara com a dança, o teatro físico, a música, a manipulação de objetos e de bonecos, linguagens que fomos experimentando em nossos espetáculos e aprimorando ao longo do tempo, e que, neste trabalho, aparecem em cena com a mesma importância”, afirma.
Durante o show-espetáculo, o público vai se emocionar com sucessos que marcaram os anos 70 e 80, entre eles, “Escrito nas estrelas”, “Meu sangue ferve por você”, “Sossego”, “Sorria, sorria”, e ainda, músicas autorais compostas especialmente para a montagem. A canção-tema intitulada Nhoque – de autoria do guitarrista John Ulhoa – propõe uma brincadeira sobre a vida e o ofício dos músicos. “Nhoque é uma sátira ao rock mais clichê, é feita em cima do riff mais básico de guitarra que alguém pode aprender. É perfeita pro Jão de Jones (boneco), o momento perfeito pra ele brilhar. Ao mesmo tempo, acho que transmite para crianças uma espécie de fundamento do rock, esse estilo que na verdade já é vovô”, conta John Ulhoa. Paula Manata acrescenta que “Nhoque também nos remete a coisa boa, gostosa de comer, de fácil digestão, assim como esse espetáculo e suas canções”, ressalta.
A apresentação possui acessibilidade em libras. Antes do início do espetáculo, os espectadores têm acesso gratuito aos jardins do C.A.S.A., a partir das 16h30, sujeito à lotação. No local, haverá DJ, recreação para crianças e o funcionamento do restaurante Final do Bonde (originalmente localizado no Mercado Novo. Os chefs Paola Menezes e Jean vão servir opções para crianças e adultos, como algodão doce, pipoca, hambúrguer, vinho, espumante, chope, pão de queijo, e claro, Nhoque!
Além do espetáculo, o Grupo Armatrux ministra amanhã, de 9h às 12h, no C.A.S.A., a oficina “O ator, o objeto e a cena”, voltada para atores em processo de formação, professores, estudantes de teatro e interessados em geral. São 20 vagas para alunos com idade mínima de 15 anos. A ministrante é Paula Manata. As inscrições podem ser feitas pelo Sympla.
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