Economia

Carros populares: cadeia produtiva se beneficiará com incentivo

Para Sindipeças, medida é um sucesso
Carros populares: cadeia produtiva se beneficiará com incentivo
Setor de autopeças, porém, ainda não sentiu impactos pela demora de cerca de duas semanas para medida ser implementada | Crédito: TEKSIDB

A cadeia produtiva do setor automotivo deve se beneficiar com a expansão do programa do governo federal, que concede descontos para compra de carros populares com preço de até R$ 120 mil. É o que acredita o diretor regional do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) em Minas Gerais, Fábio Sacioto.

Para ele, a medida de incentivo é um sucesso e alcançou seu objetivo de estimular as vendas dos veículos e fomentar a indústria automotiva. Prova disso é que os recursos liberados para as montadoras que concedessem descontos de até R$ 8 mil nos carros populares se esgotaram bem antes do previsto. Os R$ 500 milhões que eram esperados para durar três meses acabaram em cerca de um mês. Isso levou o governo a acrescentar mais R$ 300 milhões no programa.

Sacioto ressalta, no entanto, que o setor de autopeças, por exemplo, ainda não sentiu os impactos do programa. Ele explica que isso aconteceu porque a medida demorou em torno de duas semanas para, de fato, ser implementada após o seu anúncio de lançamento. Conforme o dirigente, esse atraso fez com que as pessoas adiassem as compras, o que representou uma retração nas negociações. Além disso, os estoques em giro estavam elevados.  

“Considero que nas próximas semanas teremos uma redução ainda maior dos estoques nas concessionárias ou nos pátios, até mesmo porque ontem (quarta-feira) foi anunciada a extensão do recurso para o programa e uma prorrogação dele por algumas semanas. Assim, as montadoras poderão retomar a produção a regime (em ritmo normal)”, afirmou.

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“Reforço ainda que vejo o programa com bons olhos, principalmente porque demonstra a atenção e preocupação que o governo tem com esse setor da economia tão importante na geração de empregos qualificados”, complementou.

Montadora mineira é a que mais solicitou recursos 

Ainda segundo Sacioto, a Fiat, marca do grupo Stellantis, com fábrica em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é uma das que mais se beneficiou até agora com a iniciativa. A montadora, inclusive, foi quem mais solicitou os recursos (R$ 190 milhões), conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). 

“Com isso, Minas é o Estado que mais está usufruindo do benefício, pois toda a redução de estoque vai gerar mais para frente produção de autopeças e manutenção de empregos”, disse.

Cenário de paralisações parece não atingir a fabricante 

A fábrica da Fiat localizada no Estado parece que realmente não está sofrendo como outras montadoras no Brasil. Em meio a um cenário de paralisações entre as fabricantes, a unidade mineira não fez nenhum movimento nesse sentido até então. 

Enquanto isso, a Volkswagen anunciou nesta semana a suspensão temporária de sua produção no País devido à “estagnação do mercado”. A medida, que inclui tanto layoff quanto férias coletivas, atinge as fábricas de Taubaté e São Bernardo do Campo, ambas em São Paulo, e de São José dos Pinhais, no Paraná. A paralisação ocorre mesmo com a vigência do programa do governo para estimular a venda de carros populares.

Para Sacioto, a interrupção das atividades da fabricante alemã em solo brasileiro teve um alarde maior do que realmente deveria porque a paralisação de duas das três unidades deve perdurar somente por uma semana. Sendo assim, o diretor do Sindipeças afirma que considera a medida como um ajuste que a empresa está fazendo para reduzir os estoques e que não deve impactar “nem meio mês de produção”.

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