Finanças

Demanda das empresas por crédito cresce em Minas

Dados divulgados na sexta-feira pela Serasa Experian apontam que Estado registrou o maior resultado no Sudeste
Demanda das empresas por crédito cresce em Minas
Apesar do crescimento em Minas, demanda por crédito continua retraída em 13 estados, de acordo com o indicador da Serasa | Crédito: Pixabay

Em Minas Gerais, a demanda por contratação de crédito, por parte das empresas, cresceu 1,6% em maio, frente a igual período do ano passado. Ainda que pequeno, o aumento foi o maior da região Sudeste. A demanda pelos recursos deve apresentar alta mais expressiva quando houver uma retomada mais evidente do crescimento da economia combinada com a queda da taxa de juros.

De acordo com os dados do Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian, em maio, o crescimento de 1,6% da demanda de crédito por parte das empresas mineiras ficou acima do resultado dos demais estados da região Sudeste. No período, somente em Minas e em São Paulo houve crescimento.

Em São Paulo, a alta foi de apenas 0,9% na tomada de recursos financeiros pelas empresas. Já as companhias do Rio de Janeiro reduziram em 4,1% a busca pelos recursos e no Espírito Santo a demanda foi 0,5% menor que em maio de 2022.

Saindo da região Sudeste e avaliando a demanda nacional, a busca pelos recursos financeiros ficou estável, com pequena variação positiva de 0,1% frente a maio do ano passado.

Considerando os resultados do País, Minas Gerais ocupou a nona posição entre os estados. O ranking foi liderado pelo Mato Grosso, cuja demanda por crédito por parte das empresas cresceu 5,6%. Em segundo lugar, ficou Santa Catarina com elevação de 5,1%, seguido pelo Mato Grosso do Sul, com variação positiva de 2,8%, e Amazonas, com alta de 2,7%.

Em maio, frente a igual período do ano anterior, foi verificada queda na busca pelos recursos financeiros em 13 estados. A queda mais expressiva foi vista no Amapá, 10,9%, seguido por Alagoas, com redução de 9%, e Sergipe, com retração de 6,3%.

O economista e especialista em educação financeira da Suno, Guilherme Almeida, explica que a demanda mais retraída pelo crédito se deve à conjuntura econômica atual.

“O custo do crédito afeta tanto as pessoas jurídicas como as físicas. A escalada da Selic, em um primeiro momento, não provocou um impacto direto no crédito da ponta para as pessoas físicas e jurídicas. Isso porque o movimento do juro básico age com defasagem. Justamente agora, estamos sentindo o efeito dessa elevação, que saiu de uma mínima histórica para atuais 13,75%. Isso gera custo elevado, já que a taxa praticada pelos bancos é maior. Na composição dos juros dos bancos também é incluído o risco, que está elevado devido à conjuntura ainda incerta”.

Almeida explica que o cenário incerto, mesmo com o crescimento do Produto Interno Bruto, no primeiro trimestre, se deve ao aumento ter sido puxado, principalmente, pelo agronegócio, enquanto o consumo familiar apresentou uma forte desaceleração. Resultado do alto índice de inadimplência e endividamento, o que gera mais risco e eleva os juros.

“Diante deste cenário, as empresas ficam mais cautelosas. Com os juros mais caros e as incertezas, os empresários vão pensar mais e evitar ações que possam comprometer o fluxo de caixa e o capital da empresa. Isso acaba gerando impactando na demanda pelo crédito, que além de mais caro fica mais restrito”.

Na média nacional, considerando os setores, as maiores demandas por crédito vieram de Serviços e Demais, que cresceram 1,3% e 4,1%, respectivamente. No sentido contrário, os segmentos de Indústria e Comércio encerraram maio com retração de 0,9% e 1,3%, frente a igual mês do ano passado.

Considerando os portes, as empresas médias reduziram em 2,2% a demanda pelos financiamentos. Já a busca por parte das micro e pequenas ficou estável, com variação positiva de apenas 0,1%, e as Grandes aumentaram em 8,5% a contratação de empréstimos empresariais.

Segundo a Serasa Experian, os motivos que levam as empresas a tomarem crédito são variados e vão desde a abertura de um novo negócio, para ter capital de giro, fluxo de caixa até para investir ou melhorar as empresas.

Expectativa

De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, uma demanda mais forte por crédito deve acontecer à medida que a retomada do crescimento econômico ficar mais evidente e as taxas de juros começarem a ceder.

“O crédito é um importante aliado no crescimento das companhias, mas diante da atual taxa de juros imposta pelo Banco Central, ele não tem se mostrado atrativo para os empreendedores, que preferem adiar, por enquanto, a busca por crédito”.

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