Punhalada nas costas de Putin

Cesar Vanucci*
“Ocidente não teve nada a ver com rebelião.” (Presidente Biden)
O arrogante Vladimir Putin, tzar todo poderoso de uma Rússia cada vez mais imperial, vê-se às voltas com enrascada política e militar inimaginável. A surreal rebelião deflagrada pelo grupo “Wagner”, sinistra milícia de mercenários constituída em boa parte por elementos recrutados em presídios, provocou estupefação mundial, sobressaltando a sociedade russa.
Chamando atenção para fissuras de comando na condução da agressão da Rússia à Ucrânia, o inacreditável episódio mostrou ponto frágil no poder autoritário de Putin. Analistas políticos sustentam, tendo em vista o ineditismo da situação, que os opositores da autocracia dominante em Moscou ganharão alento no enfrentamento de seu temido e implacável adversário.
Perguntas de toda ordem são formuladas em diferentes partes do mundo diante dos desconcertantes acontecimentos ocorridos em território russo como inesperado desdobramento da absurda guerra na Ucrânia. Considerando a envergadura das ações dos mercenários como força auxiliar do Exército russo na Ucrânia e outros países, Mali e Síria entre eles, como serão as reações das unidades combatentes diante da destituição de seu comandante Prigozhin? O Kremlin vai continuar a terceirizar suas operações militares? O que sucedeu poderá favorecer a cessação das hostilidades na Ucrânia? Ou, pelo contrário, impelirá o imprevisível Putin para novas ofensivas no conflito?
Recentemente, depois da promessa da Otan em dotar as forças ucranianas de armamentos sofisticados, incluindo caças com autonomia de voo ampla, a Rússia anunciou o deslocamento para Belarus, país aliado de unidade militar provida de armamento nuclear.
Muitas as pessoas espalhadas pelo mundo observam tudo isso como sinais inquietantes da chamada – “data limite” – dos prenúncios feitos, muitos anos atrás, pelo saudoso Chico Xavier.
Perdidos na selva
A comovente historia das 4 crianças colombianas perdidas por mais de 40 dias na selva amazônica deixou no espírito popular a sublime impressão de que forças sobrenaturais, acima da lógica comum, intercederam na condução do auspicioso desfecho das ingentes buscas promovidas no temível labirinto da espessa vegetação. Rememoremos os fatos. Avaria mecânica provocou a queda do avião que transportava 7 passageiros, 3 adultos, mais as crianças, a mais velha com 13 anos, a mais nova com menos de um ano, todas indígenas. Ao serem localizados os destroços do aparelho, uma tremenda surpresa: os adultos estavam mortos. Das crianças foram achados animadores vestígios de vida. Deixaram o avião, à cata de refúgio, passaram a perambular pés descalços, pela mata inóspita. Militares e indígenas embrenharam-se pela floresta numa busca frenética dos menores. Exaustos e desnutridos eles foram localizados depois de 41 dias, numa ação que emocionou o mundo. Nem a mais cética criatura ousará pôr em dúvida que o final feliz do dramático incidente não tenha sido produzido com intersecção de forças superiores à capacidade humana. Encurtando razões: As crianças sobreviveram ao desastre aéreo. Suportaram estoicamente as adversidades por quase mês e meio, perdidas na selva. Como interpretar tudo isso sem admitir à ideia de um milagre?
Perdidos no mar
O mundo acompanhou, comovido, a história, torcendo por novo milagre. Mas, o milagre, lamentavelmente, não se repetiu. O minisubmersível utilizado para turismo nas profundezas do mar, implodiu antes mesmo que se esgotasse sua provisão de oxigênio. Desde 2021, desafiando pareceres de técnicos abalizados da indústria naval, que viam no artefato da OceanGate um risco, a empresa que administrava o milionário negócio promovia viagens submarinas ao chamado “cemitério do Titanic”. O navio, como se sabe, afundou em 1912 depois de colidir, em viagem inaugural, com um “iceberg”. Cada passagem do submersível custou 1,2 milhão de reais.
*Jornalista([email protected])
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