Editorial

Aprender e errar menos

Aprender e errar menos
Foto: Reuters/Adriano Machado

A autointitulada grande imprensa tem tido papel destacado na construção da vida nacional, não necessariamente o melhor dos papéis. Para não recuar muito no tempo e situar melhor o que estamos tentando dizer parece suficiente lembrar 1964 e como se alinharam os também chamados “jornalões”, unânimes na defesa da quebra da democracia e defensores de primeira linha da ditadura que então se instalou no País. Cumprido esse ciclo que já pertence à história se arrependeram, chegando a pedir desculpas. Adiante e com o mesmo entusiasmo perfilaram com os que se diziam combatentes da corrupção, ajudando a fazer do então juiz Sergio Moro uma espécie de arauto dos melhores valores, antagonista do que de pior poderia haver em nosso País. Sem se dar conta do mal que causaram ao País.

Na sequência, ajudaram, e não foi pouco, na condução de Jair Bolsonaro ao poder, botando muita lenha na fogueira que dividiu o País, mais uma vez com resultados que são bem conhecidos. Se não cuidou de corrigir, o tempo foi capaz pelo menor de lançar alguma luz sobre o que se passou. Assim, desmontada a farsa da Lava Jato e conhecidos seus verdadeiros propósitos, os mesmos “jornalões”, agora com seus suportes eletrônicos, seguiram em frente, ajudaram a devolver Moro ao seu devido lugar, desmontaram a farsa da Lava Jato, revelando seus verdadeiros propósitos. Tudo como se fossem arautos do bem, sem nenhum espaço para uma mínima penitência.

Ao contrário, com a mesma arrogância que agora exibem nos comentários sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tornar o ex-presidente inelegível pelos próximos 8 anos, seguem em frente sem abrir espaços para autocrítica. Passam o pano e seguem adiante, agora com a pretensão de definir quem, afinal, herdará o espólio de Bolsonaro, sempre arrogante, como se fossem os verdadeiros senhores e donos da verdade. Só não causam maior espanto porque não são nada originais, inclusive na soberba. Apresentam uma relação de nomes, com espaços inclusive para  parentes do “ex”, mulher e filhos, tentando discutir a força de cada um deles, mas  – e este é o ponto a destacar agora – sem o menor juízo crítico ou de valor.

Tudo como se as cartas já tivessem sido lançadas e fossem aquelas as únicas possibilidades. Pior, sem que proponham qualquer discussão sobre méritos, sobre aquilo que possa ser melhor para o País. Assim repetem os mesmos erros que agora atropelam, como se com eles nada tivessem a ver, sem a humildade de aprender para mudar.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas