“3 Palavrinhas” se consolida no mercado nacional

Exigente e disputado “a tapa” pelas marcas, o público infantil não é fácil de ser agradado. E, para tornar as coisas bem mais difíceis para indústrias, comércios e também criadores de conteúdo, carrega com ele a necessidade de agradar também aos pais.
Ao completar 10 anos, a plataforma 3 Palavrinhas – que tem origem em Belo Horizonte – mostra que encontrou o caminho das pedras. Voltada para a transmissão de valores familiares e cristãos para as crianças, sendo uma ferramenta a auxiliar os pais na educação dos filhos, o canal se consolidou entre os principais do YouTube para esse público, com mais de 200 milhões de visualizações por mês. Somam-se a esse número mais de 8 milhões de inscritos, 12 milhões de espectadores únicos mensais e mais de 7 bilhões de visualizações acumuladas.
Conforme a CEO da Oinc Filmes – grupo ao qual pertence o 3 Palavrinhas -, Marina Fraga, a startup recebeu aporte de R$ 2 milhões para acelerar seu modelo de negócio.
A marca surgiu quando o casal Mizrahy cantava músicas na hora do banho para o filho e sentia desejo de acessar, de maneira simples, canções que fizeram parte da sua infância.
Com o sucesso do canal nas redes sociais, a startup resolveu transformar o 3 Palavrinhas em uma grande marca infantil e expandiu a sua atuação para produtos licenciados – já são mais de 200 produtos – e show business, com musicais realizados no Brasil e nos EUA em 2022.
“O 3 Palavrinhas surgiu da necessidade do casal, que viu que outros pais poderiam passar pela mesma coisa. Daí, como artistas, pensaram em criar as próprias canções. O grande ingrediente para fazer o negócio acontecer era entender que o papel deles era ser artistas. Procuraram alguém que tivesse o lado técnico. Assim surgiu a Oinc Filmes, que hoje tem outras marcas além do 3 Palavrinhas”, explica Marina Fraga.

A ideia é transformar a Oinc Filmes na “Pixar brasileira” – um dos maiores estúdios de animação do mundo -, capaz de competir com empresas mais tradicionais do mercado de animação do País e no mundo.
Para isso, a conquista dos mercados norte-americano e canadense já começou por meio da plataforma 3 Little Words. O canal em inglês, que começou a operar no fim do ano passado, foi feito especialmente para a comunidade nativa. O canal já possui mais de 110 mil inscritos e mais de 40 milhões de visualizações. Além disso, a trupe do 3 Palavrinhas já realizou duas agendas de shows nos EUA em 2022 – com mais de 80 mil pessoas presentes – e fará a terceira turnê em junho deste ano.
“Não fazemos uma tradução dos conteúdos, nós produzimos especialmente para eles, respeitando a cultura do País. Quando falamos de crianças, estamos falando de futuro e tudo precisa ser feito com muito cuidado. Por isso, além do nosso conteúdo, também monitoramos tudo o que possa chegar até elas, como as publicidades automáticas, por exemplo”, destaca a executiva.
Shows
Pulando do mundo virtual para o real, o 3 Palavrinhas costuma lotar teatros e praças pelo Brasil. São sete grupos capacitados para apresentar o espetáculo em todo o País, em cinco regiões: São Paulo (SP), Manaus (AM), Recife (PE), Salvador (BA), além de Belo Horizonte.
Só no ano passado foram realizados 125 shows no Brasil e EUA. A meta é dobrar esse número em 2023, incluindo na estratégia locais como shopping centers, espaços ao ar livre e feiras temáticas.
“Em 2018 começamos a investir na estruturação dos shows, que começaram em 2019. Mesmo com a pandemia mantivemos as equipes mobilizadas. Em 2020 tivemos que nos adequar ao home office e às muitas mudanças nas políticas digitais de conteúdo para crianças. De alguma forma, a pandemia contribuiu com o crescimento do canal em 2021 e a retomada trouxe outras oportunidades. Estávamos prontos para lançar o primeiro produto licenciado em 2020 e o fechamento das lojas físicas era uma grande preocupação. Mas o on-line supriu essa ausência. Depois da pandemia tivemos que expandir os shows para grandes teatros. Lançamos um álbum por ano. O mais importante foi o planejamento nessa área. Por isso estruturamos as equipes em diferentes cidades”, revela.
Para suportar o crescimento planejado até 2029, que prevê o lançamento do canal em 10 diferentes idiomas, o estúdio aposta em capacitação própria de mão de obra.
“O Brasil exporta talentos na animação. Para concretizar o nosso crescimento até 2029 esse é um grande desafio, existe uma concorrência muito grande pelos melhores profissionais. Então, trabalhamos a capacitação interna e apostamos no trabalho remoto bem gerido. Atualmente cerca de um terço da equipe já não é de BH”, completa a CEO da Oinc Filmes.
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