Economia

Vendas de cimento caem 1,1% no Sudeste

Conforme o levantamento, o Centro-Oeste registrou o pior desempenho de venda de cimento com uma retração de 5%
Vendas de cimento caem 1,1% no Sudeste
O Nordeste, foi o único a apresentar crescimento, de 0,3%. | Crédito: Alessandro Carvalho

As vendas de cimento no Sudeste do Brasil caíram 1,1% no primeiro semestre deste ano, se comparado aos primeiros seis meses do ano passado. Ao todo, foram vendidas 14,120 milhões de toneladas do produto entre janeiro e junho de 2023, contra 14,270 milhões de toneladas no mesmo período de 2022. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).

A região, maior produtora e consumidora de cimento do País, correspondendo a 47% das vendas nacionais, teve o menor declínio entre as regiões que apuraram quedas. Conforme o levantamento, o Centro-Oeste registrou o pior desempenho com uma retração de 5%, seguido pelo Norte (-3,5%) e Sul (-2,2%). Já o Nordeste, foi o único a apresentar crescimento, de 0,3%.

O economista do Snic, Flávio Guimarães, ressalta que, apesar da queda, o Sudeste vem apresentando uma melhora, vista, por exemplo, em junho, quando teve uma alta de 2,3% em comparação ao mesmo mês do exercício anterior. De acordo com ele, esse avanço nas vendas de cimento da região tem relação direta com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Guimarães explica que, em São Paulo, está havendo muitos lançamentos imobiliários e, além disso, o plano diretor estratégico foi aprovado, o que vem trazendo bons ânimos ao mercado. Do mesmo modo, no Rio, haverá uma mudança na legislação, seguindo os moldes do estado vizinho, o que também vem animando as construtoras fluminenses.

Conjuntura econômica impacta, mas cenário tende a melhorar

Segundo ele, a conjuntura de juros elevados, salários defasados e o alto endividamento e inadimplência das famílias são as principais causas dos resultados negativos há algum tempo. Guimarães recorda que, no ano passado, as vendas de cimento no Brasil tiveram queda e, neste ano, está caindo 1,8%. O economista reitera, no entanto, que os bons números dos últimos dois meses trazem uma esperança para o setor, que vê com otimismo o restante do ano.

“Tivemos a aprovação do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que pode trazer benefícios para a construção civil. Houve mudanças nos subsídios e redução das taxas de juros do programa, o que pode melhorar a situação ao longo do ano. Acreditamos que podemos reverter um pouco dessa queda de 1,8%. Nossa expectativa é encerrar o ano no zero a zero, entre -1% e 1%. Ainda esperamos uma redução da Selic, a partir de agosto, o que também deve ajudar”, diz.

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