Economia

Energisa pretende acelerar os investimentos na distribuição de gás no Espírito Santo

A companhia, tradicional no setor de energia elétrica, assumiu as operações da distribuidora capixaba na sexta-feira passada
Energisa pretende acelerar os investimentos na distribuição de gás no Espírito Santo
CEO da Energisa, Ricardo Botelho, afirmou que o movimento está em linha com a expansão do mercado potencial | Crédito: Sebastião Jacinto Júnior/Fiemg

São Paulo – A Energisa pretende acelerar investimentos na distribuidora de gás canalizado ESGás, visando crescer sua malha de gasodutos e a quantidade de consumidores atendidos no Espírito Santo, ao mesmo tempo em que avalia novas oportunidades de negócios, como o transporte de biometano.

A companhia, tradicional no setor de energia elétrica, assumiu as operações da distribuidora capixaba na sexta-feira passada, pouco mais de três meses após arrematar a empresa por R$ 1,42 bilhão em leilão de privatização.

Segundo o CEO da Energisa, Ricardo Botelho, a expectativa é acelerar a implementação do plano atual de investimentos da ESGás já aprovado pelo regulador estadual, que prevê aportes de R$ 160 milhões no ciclo que se estende de agosto de 2020 a julho de 2025.

“Esse movimento está em linha com expansão do mercado potencial”, disse o executivo em nota, citando crescimentos potenciais estimados de 11 vezes para o segmento residencial, 5 vezes para o comercial, 1,3 vez para o industrial e 5 vezes para o veicular.

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“Atuaremos com maior ousadia para impulsionar a economia do estado e trazer maior competitividade e economia aos clientes.”, acrescentou.

Atualmente, a distribuidora capixaba, primeiro ativo da Energisa no mercado de gás, entrega cerca de 2,2 milhões de metros cúbicos (m³) do insumo por dia aos segmentos industrial, residencial, termelétrico e veicular.

“Podemos e devemos ousar muito mais no que diz respeito à ampliação de unidades atendidas e expansão do consumo de gás no Espírito Santo para todos os perfis de clientes, o que também significa a ampliação da infraestrutura”, acrescentou Botelho, ressaltando a possibilidade de interiorização do gás no estado por meio de novos gasodutos de distribuição.

A Energisa irá realizar estudos, levantamentos técnicos e conversas com o órgão regulador e demais parceiros de negócio para apresentar, até o final do ano, um plano acelerado de investimentos na ESGás a ser executado a partir de janeiro de 2024.

Novos negócios

Em relação a novas frentes de negócios, a companhia disse enxergar oportunidades no transporte de biometano, combustível renovável equivalente ao gás natural que vem sendo apontado como importante solução para a transição energética.

“Por sua forte atividade agrícola, o Brasil é solo fértil para o biometano derivado da produção rural, assim como para o derivado de resíduos da indústria e de aterros”, apontou a Energisa.

“Para um futuro próximo, outras alternativas, como o hidrogênio de baixo carbono e a captura, transporte, uso e armazenagem de CO2, também estão no pipeline.”

Para a nova controladora da ESGás, o Espírito Santo apresenta um ambiente propício para “sediar um forte crescimento do setor” de gás e liderar este segmento no Brasil.

Entre as vantagens competitivas, a companhia destacou a vocação logística do Estado, que está próximo da terceira maior reserva de óleo e gás do país e detém uma infraestrutura de gasodutos de transporte e portos.

Questionada sobre a contratação de gás de outros supridores além da Petrobras, a Energisa afirmou que tem o compromisso de ampliar a competitividade na aquisição de molécula e transporte por meio de um “portfólio variado de fornecedores e de contratos de longo prazo”.

Em março, o Estado do Espírito Santo vendeu para a Energisa a totalidade de sua participação, de 51% do capital votante, assim como a Vibra Energia também vendeu a sua fatia de 49% na companhia. (Reuters)

Petrobras anuncia due diligence na Braskem

São Paulo – A Petrobras informou ontem que solicitou acesso ao virtual data room da Braskem para o processo de due diligence visando eventual exercício de “tag along” ou de direito de preferência na hipótese de alienação das ações detidas pela Novonor na petroquímica.

“Vale destacar que não houve qualquer decisão da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração em relação ao processo de desinvestimento ou de aumento de participação na Braskem, sendo esta apenas uma etapa necessária referente aos direitos de tag along e de preferência previstos no Acordo de Acionistas”, ressaltou a Petrobras, que é sócia da Novonor na Braskem.

O movimento da Petrobras vem após a Novonor, acionista controladora da Braskem, ter informado na semana passada que encaminhou correspondência à Unipar convidando-a para dar início ao processo de due diligence, visando receber uma oferta final vinculativa por sua participação na petroquímica.

No mês passado, a Unipar, uma das principais produtoras de cloro e soda na América do Sul, fez uma proposta não vinculante para a aquisição do controle da Braskem, a R$ 36,5 por ação.

Além da Unipar, a gestora de ativos Apollo e o grupo petrolífero dos Emirados Árabes Adnoc fizeram uma oferta conjunta pelo controle da Braskem.

A Novonor, antiga Odebrecht, uma das principais acionistas da Braskem, há tempos busca vender o controle acionário da petroquímica como parte de uma reestruturação mais ampla.

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