Economia

Saldo da balança comercial de Minas Gerais cai 2,47%

Faturamento das exportações no primeiro semestre registra uma queda de 4,1%
Saldo da balança comercial de Minas Gerais cai 2,47%
O volume dos embarques de minério de ferro do Estado aumentou 3,18%, mas o valor faturado diminuiu 9,73% | Crédito: Divulgação/Vale

As exportações de Minas Gerais encerraram o primeiro semestre em queda. De janeiro a junho, os embarques movimentaram US$ 19,5 bilhões, retração de 4,1% frente ao valor registrado em igual intervalo de 2022. No período, as importações chegaram a US$ 7,73 bilhões, valor 5,7% inferior.

Com o resultado, a balança comercial do Estado encerrou os primeiros seis meses do ano com um saldo de US$ 11,8 bilhões. Apesar do superávit, o saldo registrado entre janeiro e junho caiu 2,47%, uma vez que em igual intervalo do ano passado o saldo estava em US$ 12,1 bilhões.

Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), nos primeiros seis meses do ano, Minas Gerais respondeu por 12,07% das exportações nacionais e por 6,43% das importações do País.

O principal produto exportado foi o minério de ferro, que encerrou o período com queda de 9,73% nos embarques, mas respondendo por 30% do resultado. Em seguida, veio o café, com queda de 26% e responsável por 13% das exportações do Estado.

No primeiro semestre, a corrente comercial ficou em US$ 27,2 bilhões, resultado 4,6% menor frente ao mesmo intervalo de 2022.

Considerando somente junho, o valor gerado com as exportações mineiras foi de US$ 3,2 bilhões, queda de 25,4% frente ao valor registrado em igual mês de 2022, quando os embarques movimentaram US$ 4,3 bilhões. Em valores, o Estado exportou US$ 1,09 bilhão a menos durante junho.

As importações do Estado chegaram a US$ 1,4 bilhão no sexto mês do ano, redução que ficou em 20,8% ante os US$ 1,7 bilhão um ano antes.

“No primeiro semestre, tivemos uma queda de 4,1% nas exportações mineiras, exportando cerca de US$ 800 milhões a menos. Nas importações, a gente também teve queda, de 5,7%. Com isso, tivemos uma queda no saldo de 3%. Em termos gerais, os dois principais produtos exportados, o minério de ferro e o café, apresentaram resultados negativos. Boa parte do desempenho “negativo” veio dos dois produtos, que, juntos, tiveram uma queda de US$ 1,6 bilhão de queda”, disse o consultor de Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito.

Mesmo com a queda expressiva dos dois principais produtos, a redução dos embarques feitos por Minas foi minimizada por outros produtos.

“A queda de US$ 800 milhões nas exportações totais do Estado foi minimizada pelo crescimento de outros produtos. Não houve grandes mudanças nas exportações, mas alguns tiveram pequenos acrescimentos como o ferro ligas, a soja, o açúcar, por exemplo”.

Em relação à queda nas importações, Brito atribui o desempenho ao crescimento ainda fraco da economia. “A queda nas importações refletem a economia, que ainda cresce pouco, cerca de 2%. Isso afetou as importações, que estão com queda de 5,7% no sementre”.

Produtos

Ao longo do primeiro semestre, os principais produtos exportados por Minas Gerais, o minério de ferro e o café, registraram perdas nos embarques.

Apresentando a maior receita entre os produtos, os embarques do minério de ferro e seus concentrados atingiram um faturamento de US$ 5,9 bilhões. Frente ao primeiro semestre de 2022, a queda ficou em 9,73% ou US$ 634 milhões a menos. O produto foi o mais exportado pelo Estado, respondendo por 30% das negociações.

Em relação ao volume, foram exportadas 72,6 milhões de toneladas de minério, volume que cresceu 3,18% frente ao mesmo período do ano anterior.

O faturamento dos embarques de café ficou 26% menor e movimentou US$ 2,6 bilhões, uma variação negativa de US$ 919 milhões. O grão respondeu por 13% do faturamento das exportações estaduais no primeiro semestre.

Ao todo, foram embarcadas 671,8 mil toneladas de café, queda de 22,5%.

Destaque também para os embarques de soja, que responderam por 11% das exportações estaduais. No primeiro semestre, o faturamento chegou a US$ 2,2 bilhões, aumento de apenas 0,66% se comparado com o mesmo período do ano passado.

No mesmo período, os embarques de ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas foram responsáveis pela movimentação de US$ 1,8 bilhão em exportações, queda de 1,9% frente ao montante registrado no mesmo intervalo de 2022.

Os embarques de ouro não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados) chegaram a movimentar US$ 801 milhões, aumento de 0,7% e participação de 4,1% na pauta exportadora de Minas.

Durante o primeiro semestre, a China continuou como o maior importador dos produtos de Minas Gerais. No primeiro semestre, as exportações para o país asiático somaram US$ 7,7 bilhões. O valor ficou 2,7% maior, com variação absoluta de US$ 199 milhões. A participação da China ficou em 39%.

Em segundo lugar, Estados Unidos, com um faturamento gerado com os embarques de US$ 1,74 bilhão, queda de 7,5%. O país respondeu por 8,9%.

A comercialização com a Argentina movimentou US$ 1,06 bilhão, valor 25,5% maior e participação de 5,5%,

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