Agronegócio

Produção de açúcar sobe e cai a de etanol

O aumento da safra de açúcar acontece após boas condições climáticas durante a formação dos canaviais, segundo a Unica
Produção de açúcar sobe e cai a de etanol
Crédito: Nacho Doce/Reuters

São Paulo – A produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil cresceu 7,6% na segunda quinzena de junho em relação em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 2,7 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados ontem pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

A Unica informou o processamento de 43 milhões de toneladas de cana, alta de 2,2% em relação ao ano anterior, em meio à movimentação das usinas de alocar mais cana para a produção do adoçante nesta temporada para aproveitar os preços mais altos.

Tanto a produção de açúcar quanto a moagem vieram abaixo da expectativa da S&P Global Commodity Insights, que apontava 2,88 milhões de toneladas e 44,38 milhões de toneladas, respectivamente.

No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 209,79 milhões de toneladas, avanço de 11,51% ante o ciclo anterior. “No entanto, quando comparada à safra 20/21, permanece a defasagem próxima a 21 milhões de toneladas”, considerou a Unica, comparando a produção com uma safra de grande moagem.

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O aumento da safra acontece após boas condições climáticas durante a formação dos canaviais. Em junho, dados preliminares do benchmarking agronômico do CTC, para uma amostra comum de 68 unidades produtoras, indicam crescimento de 16% no rendimento agrícola, para 91,2 toneladas de cana por hectare.

Etanol

A produção de etanol na região, por sua vez, somou 1,92 bilhão de litros na segunda metade de junho, uma queda de 5,6% ante o mesmo período de 2022.

Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,04 bilhão de litros (-10,94%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 874,43 milhões de litros (+1,69%).

No acumulado desde o início do atual ciclo até 1º de julho, a fabricação do biocombustível totalizou 9,6 bilhões de litros (+6,17%), sendo 5,49 bilhões de etanol hidratado (-5,69%) e 4,11 bilhões de anidro (+27,63%).

A Unica apontou em seu relatório que o volume de etanol hidratado ensaiou, entretanto, uma recuperação na segunda quinzena de junho, quando o volume comercializado foi de 680,6 milhões de litros, um crescimento de 3,2% em relação ao mesmo período da safra anterior.

“Esse movimento positivo em uma quinzena – o primeiro da safra – ocorre após o biocombustível obter paridades competitivas com o concorrente fóssil na bomba. Dados da ANP mostram que nas últimas quatro semanas essa condição foi válida nos principais Estados consumidores do Centro-Sul”, reforçou a entidade.

Em junho, o biocombustível acumulou 1,30 bilhão de litros vendidos, insuficientes para superar os 1,35 bilhão do ciclo passado, apontou o relatório.

O etanol anidro, misturado à gasolina vendida nas bombas, em contrapartida, atingiu a marca de 1,06 bilhão de litros, o que representa um crescimento de 26,64% versus um ano antes.

No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol somou 7,02 bilhões de litros, queda de 0,37%, sendo 3,93 bilhões de litros de etanol hidratado (-9,13%) e 3,09 bilhões de anidro (+13,53%).

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