Movimento Nova 381: sem mais prejuízos e mortes

A concessão da BR-381, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, é aguardada pelos empresários da região Leste do Estado. O coordenador do Movimento Nova 381, Luciano Araújo, aponta vários prejuízos com a não duplicação da rodovia, entre eles a redução da competitividade da região na atração de novos investimentos, além do alto índice de acidentes que fizeram com que a BR ficasse conhecida como a Rodovia da Morte.
“Dos mais de R$ 300 bilhões de investimentos atraídos pelo governo do Estado, quantos vieram para o Leste de Minas?”, questiona. Em junho, o governador Romeu Zema (Novo) informou que os aportes chegaram a R$ 350 bilhões.
E não é de hoje que o movimento acompanha a novela da duplicação da rodovia. A iniciativa do setor empresarial de Minas Gerais com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico do Estado a partir da nova BR-381 existe desde 2013. “Identificamos que a duplicação é fundamental para que o Leste de Minas se tornasse o novo vetor de desenvolvimento de Minas Gerais”, diz.
O Movimento Nova 381 pretende monitorar as obras da nova 381 até sua conclusão, além de elaborar e implementar o plano master de desenvolvimento do Vetor Leste do Estado.
Para Araújo, a prioridade atual é que o leilão seja bem-sucedido, já que as outras tentativas não foram adiante. Ele disse acreditar que a retirada da BR-262 da licitação e a redução do trecho a ser duplicado tornaram o projeto mais atrativo para as empresas. A versão original incluía um trecho da BR-262 até o Espírito Santo. “Estamos mais confiantes que desta vez o leilão terá sucesso”, diz.
Além da atração de novos investimentos, o coordenador do movimento acrescenta que a falta de uma rodovia adequada reduz a competitividade das empresas já instaladas na região, que tem como atrativos matéria-prima de qualidade e mão de obra qualificada.
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Araújo explica que as indústrias são impactadas negativamente pelos custos de logística. “Para nós, a duplicação da BR-381 é questão de sobrevivência e de competitividade da região”, ressalta. Com relação ao valor do pedágio, ele afirma que mais caro é não ter a duplicação. “Muitas transportadoras só sabem a hora que o motorista sai, mas não a hora que ele chega”, observa.
Ele lembra que, há cerca de dois anos, a interdição de um trecho da BR-381 por causa de uma queda de barreira próxima aos municípios de Antônio Dias e Nova Era, na época de chuva, chegou a dar um prejuízo de mais de R$ 2 milhões por dia para algumas empresas. O motivo foi o acréscimo de 200 quilômetros no percurso de Ipatinga (Vale do Aço) a Belo Horizonte. “Isso é só um exemplo de prejuízo”, observa.
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