Cesta básica fica 11,2% mais barata no 1º semestre em BH

O custo da cesta básica de alimentos em Belo Horizonte apresentou uma significativa queda de 11,2% no primeiro semestre frente ao mesmo período de 2022. De acordo com os dados mensais computados pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE, que analisa o valor médio da cesta em oito capitais brasileiras, BH foi uma das cidades com a maior redução nos preços.
Em contrapartida, o Rio de Janeiro liderou como a capital com a cesta básica mais cara, atingindo o valor médio de R$ 893,93. As cidades de São Paulo e Brasília também se destacaram. No ranking, ocuparam a segunda e terceira posição em termos de preços, com valores de R$ 852,30 e R$ 731,70, respectivamente.
No mês de junho comparado a maio, a capital mineira também registrou uma das maiores quedas. Neste período, o valor da cesta básica na cidade teve uma variação de -4,7%. Já em termos de altas, Manaus e Salvador se destacaram, com 1,0% e 0,7% respectivamente.
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Entre os 18 produtos que compõem a cesta básica, a Capital apresentou queda no preço do feijão, enquanto manteiga, café em pó e em grãos, massas alimentícias secas e açúcar tiveram aumento de preço. Essas variações refletem as tendências de mercado e fatores como o aumento do preço do leite UHT, que influenciou no valor da manteiga. No mesmo período, também foi registrada uma alta no preço do café no mercado internacional, devido a menor oferta do produto.
Quais os motivos contribuíram para a queda do preço da cesta básica?
“Com a pandemia de Covid-19 e, posteriormente, a guerra entre Rússia e Ucrânia, o preço de commodities e fertilizantes disparou no mercado internacional, reduzindo a oferta global, o que impactou, diretamente, o preço dos alimentos da cesta básica no período 2020-2022, como grãos e cereais. Este ano, com a normalização da oferta global e redução dos preços das commodities e do petróleo, internacionalmente, houve queda dos preços dos alimentos no Brasil”, conforme explica a diretora de Novos Negócios da Horus Inteligência de Mercado, Luiza Zacharias.
Ela pontua que a queda do preço de commodities como o milho e a soja, que são usadas para ração de frangos, suínos e bovinos, também impactou no custo de produção de proteínas animais, resultando em um menor preço oferecido ao consumidor.
Outro fato apontado por Luiza Zacharias é o reflexo cambial. “No cenário nacional, houve queda no valor do dólar, o que reduz custos de matérias-primas e de insumos importados, queda no preço de combustível, usado para o transporte dos alimentos, além de fatores climáticos mais favoráveis, contribuindo para boas safras e aumento de produção de alimentos nas lavouras, gerando maior oferta e contribuindo na queda de preços para o consumidor”, diz.
“Todos esses fatores contribuíram para a redução do preço dos alimentos, em especial, os da cesta básica. A tendência é que os preços se mantenham em queda, com o cenário econômico mais positivo, com inflação mais controlada e perspectiva de boas safras no segundo semestre, além da normalização dos fatores que impactaram fortemente na alta dos preços dos alimentos nos últimos dois anos”, conclui a especialista.
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