Economia

Fundo de energia solar investirá R$ 50 mi em terrenos para produção de energia

Cidade mineira de João Pinheiro abrigará duas das sete usinas que serão construídas
Fundo de energia solar investirá R$ 50 mi em terrenos para produção de energia
Em João Pinheiro, Suno adquiriu terrenos para instalar painéis solares e projeto prevê duas usinas | Crédito: Divulgação Suno

A cidade mineira de João Pinheiro (região Noroeste), juntamente com Amontada (CE) e Petrolina (PE) foram escolhidas pela SunoAsset, gestora de recursos do Grupo Suno, para alocar R$ 50 milhões em projetos fotovoltaicos. O montante foi captado em uma oferta 400, ou seja, aberta a investidores comuns, por meio do Snel11, fundo imobiliário do mercado com investimentos em energia limpa. Com a verba, a Suno adquiriu terrenos para instalação de painéis solares. As obras já estão sendo realizadas e possuem previsão para serem entregues em dezembro deste ano.

De acordo com o especialista em projetos solares, Rafael Menezes, as teses desenvolvidas pela SunoAsset têm o objetivo de impactar socialmente as regiões onde serão implantadas. Isso porque, de acordo com ele, a energia gerada nas usinas beneficiará milhares de lares e comércios locais, possibilitando descontos na conta de energia.

“Tivemos a preocupação de adquirir terrenos próximos aos locais onde a energia será distribuída e, por fim, consumida. Essa proximidade evita perdas energéticas e adia gastos em linhas de transmissões, trazendo benefícios relevantes para o sistema como um todo e ajudando a reduzir os custos de gerenciamento”, ressalta Menezes, que também é responsável técnico do fundo.

Estratégias e potencialidades

Os estados escolhidos para a compra dos terrenos foram selecionados de forma estratégica. Rafael explica que Minas Gerais, por ter uma matriz energética bem desenvolvida e ser uma potência em energia limpa. E Ceará e Pernambuco, por se destacarem em oferecer condições climáticas e geográficas favoráveis para instalação de usinas, mas ainda pouco exploradas.

Em João Pinheiro, o projeto inclui duas usinas solares com potência instalada de inversores de 3,4 MW. Para conexão do sistema e distribuição de energia, o empreendimento contará com a rede da Cemig. Em Petrolina (PE), serão quatro usinas solares com potência instalada de 1,3 MW cada, com apoio da Celpe para conexão do sistema de geração de energia elétrica. Já em Amontada, no Ceará, o fundo realizará a construção de uma usina com potência de 1,2 WM, utilizando rede da Enel-CE para distribuição.

“A gente leva em consideração as condições naturais como o índice solarimétrico (intensidade da radiação solar que varia em cada região do país), a tarifa da distribuidora na localidade do projeto (quanto maior a tarifa, maior a rentabilidade) e proximidade da subestação de energia”, explica Rafael. De acordo com ele, algumas regiões no Sul, por exemplo, chegam a ser inviáveis por receberem baixa intensidade de radiação.

Retorno para os investidores

O retorno médio projetado para os investidores é de 25% ao ano para os primeiros 11 anos do fundo. Os terrenos são arrendados pela gestora por 25 anos, após este período, as placas solares passam a pertencer à Suno, que fechará parcerias com comercializadoras de energia.

Rafael explica que de acordo com as resoluções que criaram o segmento de Geração Distribuída no Brasil, as usinas remotas são arrendadas para os consumidores de energia, que se beneficiam dos créditos de energia gerados obtendo desconto na conta da distribuidora. “O fundo faz um contrato de arrendamento para uma plataforma que fica responsável pela gestão das faturas e da cobrança dos clientes finais”, explica.

Além disso, embora o foco do Fundo de Investimento Imobiliário (FII) seja em projetos de energia limpa por meio de painéis solares, o pipeline permite a diversificação de investimentos no mercado energético, sendo plenamente possível incluir outras fontes, como eólica e biogás.

Após o lockup (período em que o investidor não pode negociar suas cotas), que pode chegar a 12 meses, dependendo do período de construção das fazendas solares, o fundo distribuirá rendimentos mensais, sendo esse montante isento de IR para pessoas físicas.

Snel11 e FII

O Snel11 é o primeiro Fundo de Investimento Imobiliário (FII) de energias limpas do mercado. Com ele, a Suno se consolida no desenvolvimento e democratização de um fundo com foco em geração distribuída de energia. Antes, essa modalidade só era acessível a investidores qualificados por meio de FIPs, Fundo de Investimento em Participações.

O que são FII?

Os Fundos Imobiliários são um tipo de fundo de investimento em que se aplica em empreendimentos imobiliários, como shoppings, hospitais e prédios comerciais ou ativos relacionados, como CRIs. Ao adquirir cotas de FIIs você se torna um dos “donos” desse imóvel, recebendo rendimentos dos aluguéis.

O que são FPI?

O Fundo de Investimento em Participações (FIP) é uma comunhão de recursos destinados à aplicação em companhias abertas, fechadas ou sociedades limitadas, em fase de desenvolvimento. Cabe ao administrador constituir o fundo e realizar o processo de captação de recursos junto aos investidores por meio da venda de cotas.

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