Bares e restaurantes de MG estão endividados

A maior parte das empresas de alimentação fora do lar em Minas Gerais está devendo impostos federais, o total chega a 77%, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O levantamento foi realizado no Estado, entre os dias 24 e 31 de junho. Outras 63% empresas do setor estão em dívida com o pagamento de impostos estaduais e 28% com as taxas municipais.
Além dos tributos, 34% dos empresários entrevistados têm encargos trabalhistas em atraso, 23% não quitaram o pagamento de serviços de água/luz/gás/telefonia, 5% têm débitos com fornecedores de insumos e 11% estão com o aluguel atrasado.
A conselheira da Abrasel-MG, Karla Rocha, diz que as dificuldades para o pagamento das dívidas de empresários do setor se devem a vários fatores, com forte influência de dívidas tomadas durante a pandemia, dificuldade recente de repassar a inflação e dificuldade com fluxo de clientes.
Ela destaca que a pesquisa indica que 40% dos respondentes têm dívidas em atraso e que desse universo 77% devem impostos federais, o que serve de alerta para a necessidade de uma alíquota especial para o setor na reforma tributária, que abarque tanto os restaurantes quanto os bares.
“O nosso setor, durante a pandemia, pagou uma conta desproporcional e injusta, e agora precisa de apoio para continuar de portas abertas, gerando emprego e renda, e movimentando a cadeia produtiva do setor de alimentação fora do lar”, frisa. Apesar das dificuldades, a conselheira diz que a previsão é que o setor feche com crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.
Ainda conforme o levantamento, 18% dos bares e restaurantes tiveram prejuízo no mês de maio. Na comparação com a pesquisa anterior, realizada em abril, cresceu o número de empresas realizando lucro, saltando de 39% para 47%. Nesse período, diminuiu o número de empresas em equilíbrio de 41% em abril para 34% em maio.
Bares e restaurantes preveem contratações
As previsões para o segundo semestre são positivas no que se refere à geração de postos de trabalho. Os dados do levantamento da entidade mostram que 41% das empresas pretendem contratar novos funcionários e que 94% delas contratam pessoas que não possuem experiência. Isso mostra que quase a totalidade dos empresários da atividade dá o primeiro emprego e capacita a mão de obra internamente.
O índice de demissão também deve ser baixo, 44% dos bares e restaurantes pretendem manter o quadro atual de colaboradores, apenas 8% indicaram que pretendem demitir e 7% ainda não planejaram/não souberam responder.
O levantamento mostra também que, dentre as empresas participantes, 71% têm política de ascensão profissional e 53% delas fizeram reajuste acima da convenção coletiva, citando majoritariamente como motivo o merecimento e o desempenho de seus colaboradores.
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