Como fazer bem-feito?

O acompanhamento da economia no País proporcionou, esta semana, motivos para júbilo e para preocupações. O lado bom ficou por conta do anúncio de que o Produto Interno Bruto (PIB) soma, em doze meses, expansão de 3,6%, resultado que nem os mais otimistas ousaram prever. Para contrariar, ficamos sabendo também – e no mesmo dia! – que a reforma tributária em andamento poderá não ser neutra, ou seja, sem que a carga sobre o contribuinte aumente, uma vez que parece difícil alcançar o volume de receita bastante para garantir equilíbrio fiscal agora e superávit no próximo exercício. As vozes discordantes vêm do próprio governo, mais especificamente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), que diz considerar “problemático” manter a alíquota do novo IVA em 25%, o que significaria neutralidade, sendo mais realista taxação em 28%. Nesse caso, e pelo menos nesse quesito, o Brasil estaria em pé de igualdade com os países escandinavos. Evidentemente, porém, sem contrapartidas nos mesmos padrões.
São dúvidas que vão ganhando corpo enquanto dos gabinetes oficiais vêm declarações do próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontando como equivocadas as avaliações do Ipea e reafirmando que o contribuinte brasileiro não terá que carregar carga ainda mais pesada. Na realidade, observados certos cuidados que deveriam estar na conta do elementar, talvez pudesse haver até algum alívio, pelo menos da parte daqueles que se ocupam de juntar todos os tostões possíveis para que o reequilíbrio entre o que entra e o que sai dos cofres públicos seja finalmente alcançado.
E é nesse ponto que cabe registrar mais uma notícia de semana. Alguém fez as contas e descobriu que existem hoje nada menos que 25 mil funcionários públicos, gente muitíssima bem situada nos três poderes e mais nas Forças Armadas, que continuam, impávidos, recebendo supersalários acima do teto fixado com pompa e circunstância, mas, como se constata, com baixíssima eficiência. Tudo isso significando uma conta anual que não precisaria existir da ordem de R$ 4 bilhões, dinheiro que faz muita falta na composição do orçamento público. Como isso acontece ninguém é capaz de explicar, ficando tudo genericamente na conta dos tais “direitos adquiridos”.
Cada um dos pontos alinhavados nesse rápido comentário dá muito o que pensar, como tudo é feito na administração pública e como poderia ser feito melhor, como as soluções podem estar até perto desde que haja vontade de buscá-las, vontade de melhorar para que possamos todos afinal encontrar um país mais próspero, mais justo e mais equilibrado.
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