Cenário econômico favorece Dia dos Pais deste ano

O cenário econômico mais estável e otimista vai favorecer o comércio no Dia dos Pais deste ano, de acordo com especialistas ouvidos pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. Inflação em queda, taxa de juros prestes a cair e uma pequena redução do desemprego são alguns dos motivos apontados.
A primeira data comemorativa do segundo semestre, que este ano será dia 13 de agosto, deve injetar na economia de Belo Horizonte R$ 1,71 bilhão, de acordo com estimativa da Câmara de Dirigentes Lojistas da cidade (CDL/BH). O valor, se atingido, seria o maior desde o ano de 2019, quando as vendas geraram R$ 1,81 bilhão. Em relação ao ano passado, a expectativa é que as vendas em torno do Dia dos Pais cresçam 1,55%.
Para Paulo Casaca, economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), a inflação em queda, a possível queda da taxa de juros, o aumento do Auxílio Brasil que ocorreu no início do ano, a queda do preço de alimentos e da gasolina são elementos que ajudam o comerciante a esperar por um resultado melhor. “Esses fatores somados trazem mais otimismo para os empresários”, explica.
A economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, explica que a melhora do mercado de trabalho, principalmente o formal, traz um fôlego para a economia. “É uma massa salarial maior que circula e traz otimismo”, diz. Além disso, ela atribui o otimismo também à entrada de capital via 13º salário para os servidores municipais. “É uma renda extra que possibilita as pessoas a consumir”, explica.
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, confirma a boa expectativa dos empresários ao mostrar que a maioria dos 301 comerciantes entrevistados pela pesquisa (47,8%) está otimista e espera crescimento nas vendas. “Nossa pesquisa mostrou que 34,2% dos empresários aumentaram o estoque para atender à demanda e em relação aos gastos dos consumidores com presentes, 28,9% dos lojistas acreditam que irão aumentar em comparação a 2022”, disse.
Ana Paula ainda lembra que a desaceleração da inflação e o programa Desenrola Brasil também são fatores preponderantes para a boa expectativa de vendas. “A queda da inflação dá um fôlego às vendas, principalmente em produtos de primeira necessidade. E o programa do governo propicia que as pessoas limpem o nome para voltar ao mercado de consumo”, analisa. E completa: “É a conjunção de todos estes fatores que levam às perspectivas de crescimento com relação ao ano passado”.
Presente especial
A pesquisa apontou ainda que 70,4% dos empresários entrevistados esperam que cada consumidor compre um presente. E o tíquete médio deverá ser de R$ 175,37, um crescimento de 2,6% em comparação ao último ano.
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A forma de pagamento mais utilizada para a maioria dos comerciantes será o cartão de crédito com pagamento à vista, de acordo com o levantamento. Para Casaca, é uma opção muito voltada para a classe média. “A classe média usa muito o cartão em função da cultura de acumular milhas ou pontos, cash back entre outros recursos de fidelidade que as empresas oferecem”, avalia.
Para Ana Paula, o uso do cartão é o preferido há mais tempo e, agora, concorrendo com o Pix. Com relação ao pagamento à vista, ela explica que “em datas especiais, como o Dia dos Pais, o tíquete médio é menor e cabe no bolso dos consumidores, evitando até um endividamento a longo prazo. Ainda há muitas pessoas endividadas”.
Marketing digital
O marketing digital será a aposta da maioria dos lojistas para divulgação dos produtos. Mais de 70% dos entrevistados apostarão nos recursos do Instagram (70,8%), seguido do WhatsApp (59,8%) e do site da empresa (29,2%).
Para Ana Paula, em função dos dois anos de pandemia, os empresários estão adotando estratégias que não gerem custo adicional. “Então, a divulgação nas redes sociais é uma forma de alcançar um público maior, sem custo ou com custo baixo”, analisa.
E mesmo com todo o cenário positivo, o momento ainda exige atenção aos desafios. “A população brasileira ainda está endividada e os empresários ainda estão se ajustando em relação ao aumento dos insumos, trabalhando com margens de lucro mais estreitas”, diz Casaca. Ele ressalta que por mais que a taxa Selic deva cair, a queda ainda será pequena e ainda se trabalha com juros altos, o que pode frear um pouco o consumidor.
A pesquisa da CDL/BH mostra que para 21,3% dos empresários o aumento do preço dos produtos pode prejudicar as vendas. E para a grande maioria (33,9%), a falta de agilidade e cordialidade no atendimento pode ser o maior desafio.
O que os pais devem ganhar
A maior expectativa de vendas são roupas (31,9%) e acessórios (24,6%),seguido de produtos personalizados (21,9%). Para Ana Paula, “o vestuário possui um tíquete mais baixo e a pessoa acaba dando um bem que o outro precisa e que, ao mesmo tempo, cabe no bolso”, ressalta.
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