Número de vagas deve ficar estável no País

A cautela dos empresários está fazendo com que a geração de trabalhos temporários se mantenha estável frente ao ano anterior. De acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), para o terceiro trimestre de 2023, a estimativa é que a criação de vagas temporárias chegue a 630 mil no País. O número se equipara ao resultado do ano passado, quando foram 629.880 vagas no mesmo período.

Apesar de não ter dados regionais, o diretor regional da Asserttem em Minas Gerais, Glaucus Botinha, estima que o Estado deve seguir o mesmo padrão. Ao longo dos primeiros meses do ano, as contratações por parte das empresas mineiras ficaram praticamente estáveis, mas, mostrando uma pequena tendência de queda, de cerca de 1% a 2% frente ao ano anterior.

“Minas reflete muito bem o espectro nacional, pela economia muito diversificada. O Estado tem indústrias que são fortes na economia e muito importantes como a mineração, a siderurgia, a parte automobilística. O agronegócio é diversificado, tem os setores de comércio e serviços também muito fortes”.

Botinha explica que, em 2023, a estimativa vem se concretizando. A perspectiva era que nos primeiros meses do ano, houvesse uma pequena retração nas vagas temporárias.

“Nós estamos trabalhando, desde o início do ano, com um cenário de pequena redução de contratações, o que vem se confirmando. A queda está em cerca de 1% a 2% no ano, resultado da maior cautela dos empresários. As altas taxas de juros e a troca de governo impactam nas decisões de contratar ou não. Agora, para o terceiro trimestre, a expectativa é de estabilidade”.

Ainda segundo Botinha, algumas sinalizações podem contribuir para que haja crescimento das vagas temporárias nos próximos meses, como o início da redução das taxas de juros. Além disso, caso a reforma tributária simplifique e não aumente os impostos, o resultado também pode ser mais favorável.

“A sinalização é de que estamos no fim do ciclo de alta de juros. As taxas subiram muito e inibiram o consumo. Caso o ciclo de redução de juros se confirme, as perspectivas podem melhorar, principalmente, para as indústrias que são muito sensíveis às reduções das taxas de juros”.

De acordo com os dados da Asserttem, os meses de julho, agosto e setembro favorecem as contratações temporárias, que são estimuladas, principalmente, pelo período de férias escolares e pelo aumento da demanda das indústrias com foco no final de ano.

“As férias escolares impulsionam a abertura de vagas temporárias no setor de serviço, com destaque para as companhias aéreas, hotelaria e parques de entretenimento. E setor da indústria dá início às contratações para atender às demandas de final de ano. Assim, todas essas áreas garantem reforços de trabalhadores temporários no período”, disse o presidente da Asserttem, Marcos de Abreu.

No País, durante o terceiro trimestre, as contratações – que devem chegar a 630 mil, ante as 629.880 geradas em igual período de 2022 – serão puxadas pelo setor da indústria (60%), seguido pelo de serviços (30%) e comércio (10%).

“Em Minas, com a expectativa de redução dos juros, setores como o varejo e a indústria automobilística podem começar a ter uma reação, já que são muito sensíveis ao crédito. A linha branca e os bens de consumo também tendem a apresentar melhores resultados. Podemos ter reação também em setores estratégicos, como a mineração e a siderurgia. O agronegócio também deve puxar a geração de vagas”, explicou Botinha.

Empresas efetivam 25% dos temporários

Em relação à conversão do trabalho temporário para efetivo, Botinha explica que o índice segue em torno de 25%.

“A cada quatro vagas temporárias, uma se torna efetivada. É um resultado bem interessante pois a maioria das vagas temporárias são de primeiro emprego. O trabalho temporário é uma oportunidade para que as pessoas entrem e se destaquem. Tendo uma boa atuação, há chance de ser contratado”.