Mostra e show celebram arte de Arrigo Barnabé

O Centro Cultural Unimed-BH Minas recebe programações em que a arte de Arrigo Barnabé será enaltecida.
Será realizada, a partir da próxima quinta-feira e até o domingo (30), nas salas do cinema, a mostra “Isto é Arrigo”, com a exibição gratuita de cinco títulos em que o artista atuou, fez a trilha sonora e o roteiro, e uma sessão comentada com o Arrigo.
No teatro, o músico faz no domingo (30), às 19h, o show “Quero que Vá Tudo pro Inferno”, na programação do projeto “Uma voz, um instrumento”, parceria do Centro Cultural Unimed-BH Minas e o produtor Pedrinho Alves Madeira.
Os ingressos para o show custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou no site Eventim.
As ações fazem parte da agenda dos dez anos do Centro Cultural Unimed-BH Minas.
Depois de “Caixa de Ódio”, um mergulho no universo das canções de Lupicínio Rodrigues, agora Arrigo Barnabé interpreta Roberto e Erasmo Carlos em seu novo show “Quero que Vá Tudo pro Inferno”, acompanhado pelos músicos Paulo Braga no piano e Sérgio Espíndola no violão.
A admiração de Arrigo pelo rei vem desde sua juventude e nasceu quase que ao mesmo tempo que seu interesse e entusiasmo pela canção popular brasileira.
No show, a escolha do repertório transita entre canções românticas – “Como é grande o meu amor por você”, “Gatinha manhosa”, “Os seus botões”, “Eu te darei o céu”, “Detalhes”, as irreverentes “Quero que vá tudo para o inferno”, “Sua estupidez”, “Se você pensa”, “Vem quente que eu estou fervendo” e as existencialistas “Sentado à beira do caminho” e “As curvas da estrada de Santos”.
Sobre o elogiado show, escreveu Eliete Negreiros, cantora, compositora e estudiosa da canção popular brasileira: “Acompanhado pelos músicos Paulo Braga, no piano e Sérgio Espíndola, no violão, Arrigo reinterpreta as canções de Roberto e Erasmo de um modo novo, original e cuidadoso: inova mantendo e realçando o sentido original delas. Partindo do sentido das canções, Arrigo traz a jovem guarda à tona, recriando as canções de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, que habitam nosso imaginário, com outros tons, em “Quero que vá tudo para o inferno”.
Cinema
Com curadoria de Samuel Marotta, coordenador e programador das salas de cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas, a mostra “Isto é Arrigo” tem como objetivo apresentar ao público de Belo Horizonte a obra do artista que é pouco conhecido no cinema.
“É provável que algumas pessoas que vão ao show de Arrigo Barnabé não conheçam ou se sabem, não viram sua carreira marcante no cinema, como músico, ator, roteirista e talvez outras funções”, observa Marotta. Cabe ressaltar que o multiartista não se atém apenas ao fazer musical cinematográfico, mas mergulha nos diversos âmbitos da sétima arte.
“As participações de Arrigo Barnabé superam a de um músico contratado exclusivamente para compor a trilha sonora de um determinado filme. O toque Arrigo está na consolidação de um espírito de uma época”, afirma o curador. Serão exibidos cinco filmes “que resumem a relação dilacerante de Arrigo Barnabé com o cinema”, revela.
Serão exibidos os títulos “Nem tudo é verdade”, de Rogério Sganzerla, “Ostinato”, de Paula Gaitán; “Cidade Oculta”, de Chico Botelho, “Estrela Nua”, de Ícaro C. Martins e José Antônio Garcia e “Passagem Secreta”, de Rodrigo Grota.
“Foram selecionados filmes que contam um pouco da relação profícua de Arrigo Barnabé com o cinema e vice-versa. Dessa forma, selecionei alguns trabalhos que considero representativos da força e da potência criativa de Arrigo”, explica o curador Samuel Marotta.
O curador diz que acredita que trazer esses títulos para o grande público vai ser uma oportunidade de entrar em contato com a arte completa de Arrigo.
“Sinto que para Arrigo Barnabé o cinema sempre foi e é uma forma de lidar com o popular. Algo que ele sempre buscou na música às suas maneiras e formas. Não à toa dois dos filmes que estão na mostra, “Estrela Nua” e “Cidade Oculta” são películas que deliberadamente flertam com o que era popular em suas respectivas épocas de lançamento. O primeiro é uma falsa pista de filme erótico, que no início dos anos 80, quando foi lançado, ainda atraía multidões aos cinemas baratos de São Paulo. No segundo, Arrigo é ator de um filme policial, de gangster, gênero presente desde a invenção do cinema. Ou seja, a relação com o grande público sempre foi central para a obra do artista. Isto – também – é Arrigo”, ressalta.
Com ingressos gratuitos, além da exibição dos filmes, será realizada uma sessão em que o artista vai conversar com o público. “Tenho certeza que será uma oportunidade incrível para ouvir as inúmeras histórias dos sets de filmagem”, vaticina Samuel Marotta.
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