Tulipa Ruiz faz show de releitura de sua obra

Com o cultuado show “Tulipa Noire”, a “cantautora” e vencedora do Grammy Latino Tulipa Ruiz sobe ao palco do Centro Cultural Unimed-BH Minas, no próximo domingo (13), às 19h, para encerrar a edição 2023 do projeto “Uma voz, um instrumento”, com os ingressos quase esgotados, ao preço de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Na companhia do irmão Gustavo Ruiz, que a acompanha ao violão e guitarra, Tulipa relê a sua própria obra. Não se trata meramente de versões acústicas, ou simplificações de hits, “para a plateia cantar junto”, mas de versões estruturais das canções, a começar pelo destaque dado às melodias originais e, principalmente, às letras, que são frequentemente literárias.
“Tulipe Noire” é um show dentro do show. Refere-se diretamente à live dirigida pela premiada cineasta brasileira Laís Bodanzky para a Casa de Francisca, local de resistência da cultura musical paulistana.
Afetada pelo lockdown provocado pela pandemia da Covid-19, a casa criou uma série de shows musicais captados por diretores de cinema, com curadoria da própria Laís. Há diversas camadas sobrepostas no espetáculo. A cantora, que deve seu nome ao filme francês “La Tulipe Noire’, estrelado por Alain Delon e Virna Lisi, emite sinais que são de suma importância para compreensão de seu estado sentimental. É o caso da opção de se apresentar apenas com o irmão, algo esboçado no álbum “Tu” (2017), e que acaba revelando nuances em seu trabalho.
“Esse show tem músicas do Tu, que é um disco de voz e violão, bem intimista, mas também tem músicas dos meus outros discos. Eu gosto de chamar esse formato de “nude” porque é como se as músicas estivessem peladas, sem todas as camadas de arranjos que uma música recebe depois que nasce. Não se trata meramente de versões acústicas, ou simplificações de hits para a plateia cantar junto, mas de versões estruturais das canções, a começar pelo destaque dado às melodias originais e, principalmente, às letras, que são frequentemente literárias”, explica Tulipa.
Embora a artista repita que ama se apresentar em bando, com sua banda, como atestam seus três primeiros discos, ela e Gustavo rodaram o mundo em dupla, colhendo elogios da crítica na Europa e, mais recentemente, na China, onde alternaram shows em lugares majestosos com gravações com artistas chineses no interior. O elogiado show “Tulipa Noire” reafirma porque Tulipa Ruiz é uma das artistas mais originais e relevantes do cenário musical brasileiro atual. Com históricas passagens pelo Montreux Jazz Festival, Rock in Rio e outros tantos festivais mundo afora, Tulipa Ruiz tem músicas incluídas em filmes, novelas e games.
Repertório
No autoral repertório do show “Tulipa Noire”, composto em sua maioria com Gustavo Ruiz, um essencial perfil da inquieta artista, que aprendeu a cantar ouvindo cantoras e compositoras como Joni Mitchell, Gal Costa, Ná Ozzetti e Zezé Motta. “Reclame”, “Estardalhaço”, Algo Maior”, “Efêmera”, “Só Sei Dançar”, “Proporcional”, “Sushi” e “Víbora” são algumas das canções presentes no repertório.
Tulipa Ruiz é “cantautora” e ilustradora, nascida em Santos (SP) e criada em São Lourenço, no Sul de Minas. A artista tem músicas incluídas em filmes, novelas e games, e costuma se apresentar em teatros e festivais do mundo todo, como Rock in Rio e Montreux Jazz Festival. A compositora teve sua canção “Efêmera” inserida na trilha sonora do game Fifa 2011, e Elza Soares gravou a música “Banho”, que está em seu último álbum lançado em vida, “Deus é mulher”, de 2018.
“Uma voz, um instrumento”, criado em 2015 pelo gestor cultural e diretor artístico Pedrinho Alves Madeira, e sempre realizado em parceria com o Minas Tênis Clube, tem como proposta apresentar shows no formato acústico, com o artista acompanhando-se ou tendo um ou dois músicos como parceiros de palco. Angela Ro Ro, Ana Cañas, João Donato, Zezé Motta, Vânia Bastos, Zé Renato, Zélia Duncan, Edson Cordeiro, Angela Maria, Teresa Cristina, Fafá de Belém, Ed Motta, Amelinha Paulo Miklos e Zé Manoel, são alguns dos nomes que já se apresentaram no bem sucedido projeto.
A edição de 2023, criada para celebrar os dez anos do Centro Cultural, já recebeu Zizi Possi, Marcelo Jeneci e Arrigo Barnabé.
Ouça a rádio de Minas