Economia

Mercado imobiliário de BH espera bons resultados no 2º semestre

Novo Minha Casa, Minha Vida, queda da Selic e histórico de negócios no período explicam o otimismo no mercado imobiliário
Mercado imobiliário de BH espera bons resultados no 2º semestre
No primeiro semestre, foram vendidas 12.163 unidades imobiliárias em Belo Horizonte, um incremento de 2% no período | Crédito: Alessandro Carvalho

A expectativa do mercado imobiliário de Belo Horizonte para o segundo semestre de 2023 é bastante positiva devido ao novo programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” e o início do ciclo de queda da taxa básica de juros. O setor, que registrou apenas um leve crescimento nas vendas de janeiro a junho deste ano, frente ao mesmo período de 2022, também apresenta, historicamente, números mais elevados nos últimos seis meses, o que eleva o otimismo.

Conforme o diretor de Estatística e Pesquisa de Mercado do CMI/Secovi-MG, Leonardo de Bessas Matos, o programa federal vai estimular uma alta no volume de comercializações, bem como os lançamentos de novas unidades – que, em função de uma estruturação recente, ainda não ocorreram. Conforme ele, poucos imóveis vinham sendo lançados na cidade no âmbito do MCMV, e a perspectiva é que esse cenário mude no segundo semestre e impacte os resultados.

Simultaneamente, a curva de descendência da Selic, iniciada em agosto pelo Banco Central (BC), traz esperança de grandes negócios nos próximos meses, na avaliação de Matos. O dinamismo do mercado imobiliário, onde o fluxo de vendas é contínuo, e a tendência habitual de haver um maior volume de vendas entre julho e dezembro também são fatores motivadores para o diretor.

Estoque em patamar adequado, tendência de verticalização e protagonismo na locação

Na análise do sócio da Brain Inteligência Estratégica, Guilherme Werner, Belo Horizonte desponta com grandes oportunidades e vive um momento interessante. Ele explica que algumas cidades brasileiras estão com estoques acima do desejado, o que não ocorre na capital mineira, que, juntamente com Nova Lima, tem apenas cerca de 3.700 apartamentos novos à venda. 

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


“É um volume, por exemplo, menor do que de cidades litorâneas de Santa Catarina, e quase 60% a 65% a menos do que de municípios como Goiânia, que tem um mercado imobiliário pujante, mas com uma população inferior à de Belo Horizonte”, disse Werner.

“Então, a oferta disponível atualmente nas mãos dos incorporadores e empreendedores imobiliários, nos deixa confortáveis em entender que não há, em nenhum segmento de produto, do econômico Minha Casa, Minha Vida ao superluxo, e em nenhuma região de Belo Horizonte, indícios mínimos de superoferta”, concluiu.

Ainda conforme o sócio, pelo que se observa mensalmente no setor, o perfil da oferta na Capital e os dados demográficos da cidade indicam para uma maior verticalização dos imóveis. Outra tendência, que também é vista em todo o País, é a de um aumento expressivo do número de locações, devido à perda de poder de compra da população nos últimos tempos, segundo ele. Nessa perspectiva, Werner entende que a Grande BH tem atuado como uma das protagonistas.

Resultados do mercado imobiliário no primeiro semestre

A CMI/Secovi-MG apresentou ontem (9) uma pesquisa feita pela Brain Inteligência Estratégica, com base em dados do instituto Data Secovi, contendo os números do setor entre janeiro e junho de 2023. No período, a Capital registrou, ao todo, 12.163 unidades imobiliárias vendidas, um patamar quase idêntico ao do mesmo período de 2022 (11.974), com uma alta de somente 2%.

Entretanto, ao analisar apenas o segmento residencial, que inclui casas e apartamentos e exclui loteamentos e imóveis comerciais, o resultado foi um relevante crescimento de 14%. A categoria, que representa, em média, 92% das unidades comercializadas na cidade, foi responsável por 10.750 vendas no primeiro semestre deste ano e encerrou o semestre com uma fatia de 88%.

O estudo ainda apontou que o padrão tanto de apartamento quanto de casa mais vendido foi o standard, cujo valor vai do teto do Minha Casa, Minha Vida até R$ 500 mil. Mostrou também que o preço médio do metro quadrado dos apartamentos caiu 3,7% e ficou em R$ 11.325, enquanto o preço médio do m² das casas sofreu uma redução de 11,4% e chegou a R$ 4.560.

Conforme o levantamento, o Belvedere foi o bairro com o m² de apartamento mais caro (R$ 26.655/m²), e o Canaã, o mais barato (R$ 2.322/m²). Em relação a casas, o m² mais valorizado foi o do Funcionários (R$ 12.666/m²), e o menor, o da Vila Vista Alegre (R$ 1.283/m²). 

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas