Opinião

Hacker, Selic, Trump

Hacker, Selic, Trump
Crédito: REUTERS/Scott Morgan

Cesar Vanucci*

“Redução mixuruca. A opinião pública, as lideranças políticas e o mundo dos negócios esperavam muito mais.” (Antonio Luiz da Costa, educador, referindo-se à decisão do Copom acerca da taxa de juros)

1) Hacker – Parece até coisa extraída de filme de espionagem. O “hacker de Araraquara”, personagem com ficha na delegacia, teria oferecido seus “valiosos préstimos” a um determinado grupo político. Não encontrou a receptividade esperada. Voltou-se, então, à maneira de protagonista de enredo de contraespionagem para a banda adversária. Achou guarida em impulsiva deputada, aficionada de filme de faroeste. Esta, por sua vez, intermediou contato com seu o chefe mais graduado. A história, objeto de apuração policial e parlamentar, reveste-se de um toque farsesco, escancarando trama deturpada do exercício político. Por essa e por outras é que o cenário público anda infestado das nefandas fake news e de registros que propagam o ódio e a desinformação.

2) Selic – “São uns pirrônicos!” Assim se expressava amigo saudoso e dileto, crítico implacável da política de juros. A referência dizia a respeito aos integrantes da cúpula tecnocrática responsável pelas fixações dos índices da Selic. A mais recente decisão do grupo confere razão, por sinal, ao registro citado. A taxa básica de juros foi reduzida, em face aos apelos veementes da sociedade. O percentual foi insignificante tendo em vista as circunstâncias altamente positivas da conjuntura econômica. A minguada redução não nos tira da indesejável condição de país detentor dos juros mais escorchantes do panorama internacional. Dissemos “escorchantes”, mas há quem diga “pornográficos”. A taxa Selic dá vaza a que os juros praticados nos cartões de créditos atinjam as indecentes culminâncias dos 465%. Um flagrante “caso de polícia”. Só que ninguém ainda foi preso por conta disso, minha Nossa!

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3) Tramp – Vai ser difícil pacas Donald Trump escapar de condenação numa das dezenas de ações que correm na justiça acusando-o de malfeitos de todo gênero. Como registra a revista “Istoé”, “Denunciado pelo que é mais caro aos americanos — conspirar contra a democracia —, o ex-presidente se faz de vítima e incendeia a corrida presidencial de 2024, espalhando ódio e mentiras.” De seu alentado prontuário constam processos envolvendo delitos sexuais, um deles por estupro, apropriação indébita de documentos secretos da Casa Branca, além de complô contra o sistema democrático, traduzida entre outras coisas, na violenta e malograda invasão do Capitólio. Pretendente à vaga, mais uma vez, de candidato republicano à presidência da mais poderosa nação do planeta, o ídolo mundial dos fundamentalistas de todos os cantos, pelo que se avalia será fatalmente enquadrado por algum dispositivo legal, que o impeça de retornar ao posto almejado. No espalhafatoso estilo que o consagrou, ele vem promovendo agitação ruidosa, com palavras de ordem a seguidores fanáticos acirrando discórdias e fomentando o ódio.

*Jornalista([email protected])

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