Emissões totalizaram R$ 39,2 bilhões em julho

No mês de julho, as emissões no mercado de capitais brasileiro apresentaram um desempenho robusto, atingindo um volume mensal de R$ 39,2 bilhões, de acordo com os dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Esse valor posiciona o mês como o segundo de maior movimentação financeira do ano, ficando apenas atrás de junho, que registrou um montante de R$ 46,4 bilhões em captações.
O vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni, aponta que essa tendência reflete a recuperação gradual do segmento após os desafios enfrentados no início do ano. A melhora na percepção de risco por parte dos investidores, bem como as perspectivas otimistas em relação ao crescimento econômico e ao início do ciclo de redução das taxas de juros, são apontados como fatores que contribuíram para esse resultado positivo.
Laloni observa que, embora os números apontem para uma retomada, o volume captado nos primeiros sete meses deste ano ainda se mantém 40% abaixo do registrado no mesmo período em 2022, totalizando R$ 192,7 bilhões.
Entre as diferentes categorias de emissões, as debêntures ganharam destaque em julho, somando um total de R$ 12,5 bilhões e marcando o terceiro maior volume mensal do ano. No acumulado de 2023, as captações desse tipo de instrumento atingiram R$ 90,7 bilhões, representando uma redução significativa de 42,8% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.
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Os prazos médios dos títulos permaneceram consistentes, mantendo-se em 6,1 anos, em linha com o observado nos primeiros sete meses de 2022 (6,2 anos). Quanto ao destino dos recursos, a maioria das emissões teve como alvo o capital de giro (45,6%) e investimentos em infraestrutura (23,2%).
No segmento de ativos de securitização, houve um desempenho expressivo, com as emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) totalizando R$ 4,8 bilhões, as de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) alcançando R$ 4,4 bilhões e as de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) atingindo R$ 3,3 bilhões. Esses valores representam os maiores volumes mensais do ano para cada um desses produtos.
No que se refere ao mercado de renda variável, as ofertas subsequentes de ações, conhecidas como follow-ons, desempenharam um papel de destaque, atingindo o maior volume de captação dos últimos 12 meses, totalizando R$ 8,6 bilhões em emissões.
Produtos híbridos também apresentaram resultados promissores, com os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) alcançando R$ 3,1 bilhões, representando um aumento significativo de 55% em relação ao mês anterior. Os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) também tiveram um desempenho impressionante, atingindo R$ 603 milhões em captações, o que representa um crescimento de 185% em comparação ao mês anterior.
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