Diesel tem fornecimento reduzido em Minas Gerais

As transportadoras que atuam no Estado e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) reclamam da redução no fornecimento de diesel em Minas Gerais. A diretora do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Juliana Martins, conta que as empresas do setor estão recebendo de 70% a 50% da necessidade do combustível para as atividades.
A situação seria fruto da política de preços adotada pela Petrobras, que deixou de praticar o Preço de Paridade de Importação (PPI), o que estaria desestimulando a importação necessária para abastecer o mercado nacional, que não é autossuficiente. “Não vejo possibilidade da situação melhorar até o fim de setembro, caso não haja mudança na política de preço”, diz a diretora.
Por meio de nota, o sindicato que representa os postos de combustíveis em Minas, o Minaspetro, informou que recebeu informações de diversos revendedores de que as bases distribuidoras estão cortando pedidos, especialmente no diesel S10 e S500. E isso pode ser resultado da defasagem do preço interno em comparação com os valores praticados no mercado internacional, alertada amplamente pelos especialistas do mercado.
Desde 2016, a estatal brasileira adotava o Preço de Paridade de Importação, que, na prática, a levava a acompanhar as cotações internacionais tanto do petróleo quanto do dólar para definir os preços de seus produtos no mercado nacional. Em maio deste ano, porém, a companhia revogou a fórmula.
“O risco de desabastecimento é algo que deve ser fortemente combatido por todos os elos da cadeia. O Minaspetro vem alertando que o abandono à Paridade de Preços de Importação seria um risco para o mercado de combustíveis e, sobretudo, para a própria estatal”, diz a entidade em trecho da nota.
O Minaspetro informou que irá notificar os órgãos reguladores e que reforça o alerta à população sobre o risco de desabastecimento para o diesel. “Caso a situação permaneça, haverá postos, especialmente do interior e Marca Própria, sem combustível para a venda ao longo da semana.”
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Procurada pela reportagem, a Petrobras, também por nota, informou que está cumprindo integralmente suas obrigações contratuais junto às distribuidoras.
“Destaca-se ainda que, atualmente, o mercado brasileiro é atendido por diversos atores além da Petrobras (distribuidoras, importadores, refinadores, formuladores), que produzem e importam derivados com frequência e têm plena capacidade de atender demandas adicionais”.
Na última segunda (7), a Petrobras informou que registrou em julho novo recorde mensal de produção de diesel S-10 no seu parque de refino. O resultado de 2,38 bilhões de litros de diesel supera o verificado em junho passado, quando atingiu a marca de 2,11 bilhões de litros.
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