Feira do Café de Campos Gerais, no Sul de Minas, reúne cadeia produtiva

Maior produtor de café da região Sul de Minas, o município de Campos Gerais sedia entre hoje, terça-feira, e 24 de agosto, a Feira do Café de Campos Gerais 2023. Realizado no Parque de Exposições José Júlio Coelho, o evento deve reunir mais de 3 mil pessoas e movimentar em torno de R$ 20 milhões em negócios.
O evento marca o início da nova safra de café e é considerado essencial para que os produtores planejem e invistam na safra 2024.
De acordo com o presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Campos Gerais e Campo do Meio (Coopercam), José Márcio Rocha, o evento contará com cerca de 70 expositores.
As empresas são fornecedoras de diversos insumos, desde fertilizantes, defensivos, até máquinas e equipamentos voltados para a cafeicultura. A entrada é gratuita e aberta a cooperados, produtores rurais e comunidade regional.
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“A feira marca o início da próxima safra de café. O evento é importante porque nós financiamos tudo que o cooperado necessita para produzir no próximo ano. Então, é um momento crucial para o produtor. Durante a feira, o cafeicultor pode programar o ano todo da sua atividade”.
Capacitação
A feira também é um evento voltado para capacitação. As empresas que participam do evento, além de apresentar os produtos, também fazem palestras sobre assuntos variados, como doenças e pragas, novas tecnologias, clima, entre outros.
“Durante a feira, trabalhamos também a capacitação. A cada ano, escolhemos um tema diferente. Este ano, estamos focados na sucessão familiar, que é um desafio enfrentado no campo. As palestras que abordam questões técnicas são recorrentes. Várias empresas apresentam e levam conhecimento aos produtores, entre os temas temos a fisiologia da planta, pragas e doenças, ciclo da chuvas, clima entre outros”.
As expectativas em relação ao evento são positivas. Apesar da safra 2023 ter sido de bienalidade negativa, com a colheita na cidade ficando em torno de 900 mil sacas de 60 quilos, e os preços do café terem retraído, a tendência é que sejam feitos investimentos.
“Enfrentamos uma queda dos preços na safra 2023. Os valores caíram de uma média de R$ 1.400 por saca para atuais R$ 800. Isso é um complicador. Mas são vícios do próprio negócio, por ser commodity. Nós queremos dizer para o produtor que apesar de tudo, ele deve fazer um plantio extremamente técnico, aproveitar as tecnologias e conhecimentos técnicos para alcançar uma maior produtividade. O mercado conta com grandes empresas que trazem conforto e alternativa. Durante a feira ele terá oportunidade de investir”.
O café em Campos Gerais
Em relação à produção, Campos Gerais é o maior produtor de café do Sul de Minas Gerais. Os cafeicultores do município são responsáveis por um volume que varia de 900 mil a 1 milhão de sacas de 60 quilos do grão ao ano, montante que varia conforme a bienalidade da cultura.
Na safra 2023, cuja colheita já chega a 85%, o volume esperado é de 900 mil sacas.
Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município possui 17.750 hectares ocupados com lavouras de café, que produzem 28.206 toneladas do grão.
A maior parte da produção vem de pequenos cafeicultores, que cultivam o grão no sistema da agricultura familiar.
“A nossa cooperativa é pronafiana (vem do Pronaf) e vem crescendo. Esse ano, aumentou o percentual. Anterioemente os pequenos produtores eram 60% dos nossos cooperados, índice que subiu para 75% em 2023. Fazemos várias mobilizações para que os produtores se associem. Hoje, somos cerca de 1.400 cafeicultores ativos, sendo os pronafianos acima de 1.000”, explicou o presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Campos Gerais e Campo do Meio, José Márcio Rocha.

Safra 2024
Para a safra 2024, ano de bienalidade positiva, a expectativa é colher no município em torno de 1 milhão de sacas de café.
“Em 2023, nós fizemos uma safra que correspondeu a 70% do volume de 2020, que foi recorde. Tivemos problemas climáticos, como a seca e as geadas, e desafios em consequência da Covid e da guerra da Rússia. Mas, agora em 2024, estaremos com a situação mais equilibrada. A safra não foi extraordinária, mas foi boa. Por isso, o cooperado começa a se reequilibrar no mercado. Assim, esperamos um crescimento na safra”.
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