Fazer mais e melhor

Vem de Brasília, com aval do presidente Lula e também do prefeito Fuad Noman, boas notícias sobre o destino do Anel Rodoviário, que parecia abandonado e condenado ao esquecimento. Longe disso, sabe-se agora, com o anúncio de que obras de revitalização daquela que é hoje, provavelmente, a principal via da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A tão falada revitalização poderá acontecer a partir do próximo ano, com obras em 8 pontos de estrangulamento do Anel, incluindo construção de viadutos, alargamentos de alguns dos existentes e novas passarelas. Tudo isso a um custo, conforme noticiamos, de R$ 1,5 bilhão, recursos que começarão a ser liberados para execução dos projetos executivos.
Para a cidade, para a região metropolitana, são decisões da maior relevância e das quais só se pode esperar que, ao contrário de ocasiões anteriores, não fiquem só nas promessas, pondo fim – e repetindo palavras do prefeito Fuad Noman, “no principal problema de mobilidade urbana de Belo Horizonte”. De fato, será um avanço, e importante, o que não nos impede de afirmar também que continuará sendo preciso fazer mais. E que os projetos que em breve começarão a ser feitos sejam tratados desde já como uma espécie de preparativo para algo mais ousado. Estamos falando, ou lembrando, da duplicação de todo o Anel, conforme chegou a ser cogitado e prometido, mais de uma vez, no passado. E com adequações a um novo conceito, ou realidade, em que o Anel perdeu suas funções iniciais, de quando foi concebido, perdendo assim suas características rodoviárias para ser transformado numa grande avenida-tronco.
Um exercício, afinal, de pensar grande, de deixar de corrigir erros para antecipar as soluções demandadas, o que nos reaproximaria de conceitos de planejamento que andam um tanto esquecidos. Poderia haver maneira mais adequada de tratar as obras agora anunciadas? Como, afinal, ignorar que também o Rodoanel está nas pranchetas, assim como novas linhas do metrô? Ou como deixar de perceber que estamos falando da mesma coisa, da mobilidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte? Colocadas estas questões, fica de todo desnecessário apontar que estamos cobrando, para além do necessário planejamento, uma visão integrada, de conjunto, pré-requisito para os resultados desejados e a custos menores.
Como hoje não há como falar de Belo Horizonte sem falar da região metropolitana, cabe antes da conclusão desse comentário reclamar que a conurbação já consumada impõe integração, ação conjunta em todos os planos, no entendimento de que de outra forma não há como melhorar.
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